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Informações gerais

Cadeira: 21
Posição: 1
Data de nascimento: 01/05/1958
Naturalidade: Salto/SP
Patrono: João Guimarães Rosa
Data de posse: 16/06/2013
 

Biografia

Graduação superior em Administração de Empresas.

Premiações:

  • IV Concurso Nacional de Literatura - Barueri/SP (1996).
    1º lugar – Categoria Conto.
    1º lugar – Categoria Poesia Infantil.
  • Concurso Literário “Manoel Cerqueira Leite” – Itapetininga/SP (2000).
    1º lugar - Menção Honrosa – Categoria Poesia – Publicada em Coletânea.

Bibliografia

“A brilhante amizade”, livro infantil (Panorama, 1999).

“O compadre de João Carrasco”, peça teatral (2000).

“Planeta Mãe”, livro infanto-juvenil (Panorama, 2001).

“Obstinado” (Schoba, 2012).

“A ópera da natureza”, livro infantil com lançamento previsto para 2016.

 

Discurso de posse

Segue breve teor do discurso proferido após as saudações de costume:

Nascido nas Minas Gerais, na pequena Cordisburgo, em junho de 1908, João Guimarães Rosa viria a tornar-se uma das referências literárias do nosso país, por deixar marcado o seu estilo inovador com uma linguagem marcada pelo uso das falas populares e dos costumes regionais.

Foi o primeiro dos seis filhos do casal: Florduardo Pinto Rosa ("o Seu Flor") e de Francisca Guimarães Rosa ("a Dona Chiquitita").

Começou ainda criança a estudar diversos idiomas, iniciando pelo francês quando ainda não tinha sete anos, como se pode verificar neste trecho de entrevista concedido a uma prima, anos mais tarde:
Falo: português, alemão, francês, inglês, espanhol, italiano, esperanto, um pouco de russo; leio: sueco, holandês, latim e grego (mas com o dicionário agarrado); entendo alguns dialetos alemães; estudei a gramática: do húngaro, do árabe, do sânscrito, do lituano, do polonês, do tupi, do hebraico, do japonês, do checo, do finlandês, do dinamarquês; bisbilhotei um pouco a respeito de outras. Mas tudo mal. E acho que estudar o espírito e o mecanismo de outras línguas ajuda muito à compreensão mais profunda do idioma nacional. Principalmente, porém, estudando-se por divertimento, gosto e distração.

Em 1925 matriculou-se na então "Faculdade de Medicina da Universidade de Minas Gerais", com apenas 16 anos. No ano de 1930 casou-se com Lígia Cabral Pena, com quem teve duas filhas: Vilma e Agnes. Ainda nesse ano se formou e passou a exercer a profissão em Itaguara, então município de Itaúna (MG), onde permaneceu cerca de dois anos. Foi nessa localidade que passou a ter contato com os elementos do sertão que serviram de referência e inspiração a sua obra.

Guimarães Rosa serviu como médico voluntário da Força Pública, durante a Revolução Constitucionalista de 1932. Lá conheceu o futuro presidente Juscelino Kubitschek, na ocasião, médico-chefe do Hospital de Sangue. Em 1933 foi para Barbacena na qualidade de Oficial Médico do 9º Batalhão de Infantaria. Aprovado em concurso para o Itamaraty, passou alguns anos de sua vida como diplomata na Europa e na América Latina.

Exerceu, como primeira função no exterior, o cargo de Cônsul-adjunto do Brasil em Hamburgo, na Alemanha, de 1938 a 1942. No contexto da Segunda Guerra Mundial, para auxiliar judeus a fugir para o Brasil, emitiu, ao lado da segunda esposa, Aracy de Carvalho Guimarães Rosa, mais vistos do que as cotas legalmente estipuladas, tendo, por essa ação humanitária e de coragem, ganhado, no pós-guerra, o reconhecimento do Estado de Israel. Aracy é a única mulher homenageada no Jardim dos Justos entre as Nações, no Yad Vashem que é o memorial oficial de Israel para lembrar as vítimas judaicas do Holocausto.

De volta ao Brasil, Guimaraes Rosa incursionou por vários anos pelos sertões das minas gerais e adjacências, vivenciando o dia-a-dia de cada lugar e anotando em seu caderno de bolso todas as falas, todos os costumes regionais e seus significados. Guimaraes Rosa encantava-se com  extraordinária natureza e originalidade das pessoas e dos recantos onde passava e com maestria de gênio, mostrou em suas obras, a importância do conhecimento adquirido nos sertões do Brasil.

No ano de 1963 na sua segunda candidatura para a Academia Brasileira de Letras, foi eleito por unanimidade. Temendo ser tomado por uma forte emoção, adiou a cerimônia de posse por quatro anos. Em seu discurso, quando enfim decidiu assumir a cadeira da Academia, em 1967, chegou a afirmar, em tom de despedida, como se soubesse o que se passaria ao entardecer do domingo seguinte: "… a gente morre é para provar que viveu." Faleceu três dias mais tarde na cidade do Rio de Janeiro, em 19 de novembro. Seu laudo médico atestou um infarto.

Guardadas as devidas proporções, espero sinceramente que o mesmo não ocorra com este que vos fala nesse momento.

Entendo que a vida é um grande presente e que devemos usufruir da melhor maneira possível a cada um segundo, minuto, enfim cada momento. Por isso, não poderia deixar de dizer o quanto estou feliz nesse exato instante. Pois, aqui está minha família, que é maravilhosa e que eu adoro, estão também meus grandes amigos e, eu agora sou um imortal. Posso querer mais? Acho que não.