ASLe realiza 8ª Semana Cultural Ettore Liberalesso e convida população a refletir sobre o tempo, a memória e o futuro
A Academia Saltense de Letras (ASLe) convida toda a população para participar da 8ª Semana Cultural Ettore Liberalesso, que será realizada nos dias 12, 13 e 14 de junho, na Biblioteca Municipal de Salto “Professor Valderez Antônio Bergamo Silva” (Largo Paula Souza, 30 – Centro, Salto, SP).
Com o tema “As Faces do Tempo: Memória, História & Futuro”, o evento propõe uma rica reflexão sobre como o tempo atravessa as experiências humanas, os ciclos da história e a criação literária. A proposta valoriza o diálogo entre gerações e saberes, destacando a força da literatura como ponte entre passado, presente e futuro.
A programação é inteiramente gratuita e aberta ao público, reunindo palestras, apresentações artísticas, mesas de debate e a cerimônia solene de posse dos novos acadêmicos da ASLe: José Roberto Benedito e Ivenise Teresinha Gonzaga Santinon.
PROGRAMAÇÃO COMPLETA:
12 de junho (quarta-feira), às 19h – Abertura Oficial
- Apresentação da Faces Ocultas Cia de Dança
- Estreia do vídeo-dança “Confluência”, de Adriano Amaral
- Palestra magna com Marçal Aquino, renomado jornalista, escritor e roteirista brasileiro
13 de junho (quinta-feira), às 19h – Posse dos novos acadêmicos da ASLe
- Cerimônia de recepção de José Roberto Benedito e Ivenise Teresinha Gonzaga Santino
- Apresentações musicais com o Coral Vozes Afro e a cantora Luana Nucci
14 de junho (sexta-feira), a partir das 8h – Mesas de debate e atrações culturais
- 08h30 – Mesa: “ASLe recebe escritores saltense”
Com Nelson Lisboa, Manoel Pereira Marques, Thais Carolina Silva, Pedro Miguel e Mariana Passoni
Mediação: Mércia Falcini
Atração especial: esquete teatral “Ainda é sábado”, da STCA Produções
- 10h30 – Mesa: “Futuro, Pesquisa & Inovação”
Com Gabriel Falcini (UNICAMP), Nathalia Hidalgo (UNICAMP), Camila Mattiuzzi (UNIFESP) e Clairen Angélica (UFSCar)
Mediação: Fabiano Ormaneze
A Semana Cultural Ettore Liberalesso é uma oportunidade única de prestigiar talentos locais, ampliar repertórios e fortalecer a cena literária de Salto. A entrada é gratuita, e toda a comunidade está convidada a participar.
Serviço:
Biblioteca Municipal de Salto – Largo Paula Souza, 30 – Centro
12 a 14 de junho de 2025
Entrada gratuita
Mais informações:
Academia Saltense de Letras – ASLe
Biblioteca Municipal de Salto – Largo Paula Souza, 30 – Centro



Mario Vargas Llosa: o último personagem de si mesmo
Autor de uma obra robusta, inquieta, profundamente comprometida com as contradições humanas e políticas do continente, Llosa foi também um personagem de sua época: sofisticado, polêmico, elegante mesmo quando errava — e talvez justamente por isso.
Entre os nomes maiores do chamado “boom latino-americano”, figurava com naturalidade ao lado de García Márquez, Cortázar e Fuentes. Mas diferente dos outros, não buscava o encantamento, e sim o enfrentamento. Seus livros não acenavam ao leitor com promessas de beleza, mas o desafiavam com a aspereza dos impasses. A Cidade e os Cachorros, A Casa Verde, Conversa na Catedral, A Guerra do Fim do Mundo — títulos que se impõem, que não pedem aplauso nem licença.
Sua relação com García Márquez terminou como certas amizades que atravessam fronteiras de intimidade e orgulho: com um soco, um olho roxo e um silêncio que duraria décadas. O motivo, ao que consta, foi doméstico, quase banal — mas os dois, sendo quem eram, transformaram o episódio em mito. Era menos política e mais vaidade, embora ambas se confundam com frequência.
Intelectual respeitado, Llosa deixou-se, mais tarde, absorver por ideologias que o colocaram em evidência junto a setores que, em geral, desprezam a literatura. A direita o acolheu como exceção de prestígio — um raro Nobel em seu curriculo — e fez dele um emblema, mais por conveniência do que por compreensão. Llosa, de algum modo, parecia saber disso, e mantinha uma certa distância dos que o ovacionavam pelas razões erradas.
Sua vida amorosa, como sua ficção, foi repleta de enredos improváveis. Casou-se, ainda muito jovem, com a tia. Anos depois, separou-se dela para viver com a sobrinha. Mais tarde, se envolveria com uma socialite filipina, ex-mulher de Julio Iglesias. Nenhum desses detalhes seria necessário, não fossem todos eles, de algum modo, parte da atmosfera narrativa que o cercava. Llosa escrevia romances e os habitava.
Durante quase trinta anos, foi colunista do Estadão. Sua última crônica, publicada em fevereiro de 2024, abordava a verdade no jornalismo — tema sensível em tempos em que o falso costuma ter mais prestígio que o verificado. Llosa defendia a verdade com o cuidado de quem sabia que ela não pertence a ninguém, mas precisa de quem a escreva com responsabilidade.
Morre, enfim, um autor que dividiu leitores, atravessou ideologias e resistiu ao tempo com o único instrumento realmente duradouro: a linguagem. Vargas Llosa foi um escritor que escreveu com coragem, apuro, contradição e alguma dose de solidão.
Mais do que suas opiniões, ficam seus livros. E nisso, ao contrário de sua vida, Llosa não foi ambíguo.
Homenagem ao Centenário do Dr. Mário Dotta
Texto proferido em homenagem ao centenário do Dr. Mário Dotta em evento solene realizado em 12 de abril de 2025 na Escola Prima, localizada na terra natal do homenageado. Tal festividade aconteceu durante reunião da Academia Saltense de Letras e Academia Ituana de Letras.
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“Bom dia a todos e todas,
Em nome Dra. Marilena Matiuzzi, presidente da Academia Saltense de Letras e do Prof. Luís Roberto de Francisco, presidente da Academia Ituana de Letras, cumprimento aos familiares do Dr. Mário Dotta, a toda comunidade da Escola Prima e a todos os presentes neste evento.
O presente texto foi escrito pelo saudoso Confrade Valter Lenzi, primeiro ocupante da Cadeira de número 06 da Academia Saltense de Letras e cujo Patrono é o homenageado nesta data, Mário Dotta.
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Mário Dotta nasceu em Salto, em 14 de abril de 1925, filho de Attilio Dotta e Francisca Milioni Dotta. Casou-se com a professora Eunice Mazza, com quem teve dois filhos: Mário e Marília. Cursou o primário no Grupo Escolar Tancredo do Amaral e o ginasial no Ginásio Estadual de Itu, concluindo os estudos em 1942.
Durante quase cinco décadas, foi um nome conhecido e respeitado na cidade, o que lhe conferiu grande prestígio pessoal, profissional e político. Iniciou sua trajetória como comerciante no ramo de combustíveis, atividade que lhe permitiu custear os estudos de Direito. Nessa mesma época, destacou-se também como esportista, defendendo as equipes de basquete do Clube de Regatas Estudantes Saltenses e, principalmente, como jogador de futebol — atuando como centroavante do Guarani e também por outros clubes da cidade. Posteriormente, coroou os esforços próprios e de sua família ao se diplomar como o primeiro advogado nascido em Salto.
Além da advocacia, atuou na imprensa local como um dos fundadores e diretores do jornal O Liberal. Sua vida pública foi marcada pelo grande sucesso como político, sendo respeitado inclusive por seus adversários.
Como colaborador do Jornal O Liberal, Dotta se destacou por sua redação clara e precisa, pela vasta cultura e, principalmente, pelo arrojo ao enfrentar os governantes da época. Seu protagonismo no jornal foi tão expressivo que, em 1955, candidatou-se à prefeitura de Salto, perdendo a eleição por uma margem muito pequena. Naquele momento, já era uma figura amplamente conhecida e respeitada na cidade, não apenas pelos seus artigos em O Liberal, mas também por sua atuação como advogado, profissão que começou a exercer em 1947.”
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Homenagem ao Patrono: Ettore Liberalesso
No último sábado, dia 29 de março, a Academia Saltense de Letras realizou um tributo ao seu fundador, primeiro ocupante e Patrono da Cadeira de n°1. Tal homenagem aconteceu em frente ao túmulo em que descansa Ettore Liberalesso. Na data em que lembramos os 105 anos de seu nascimento (31 de março de 1920), compartilho meu discurso proferido em honra ao meu Patrono na ASLe.
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Bom dia a todos e todas.
É sempre uma grande alegria e sinto-me honrado em estar aqui prestando esse tributo ao meu Patrono. Desde que tomei posse na Cadeira de n° 1 da Academia Saltense de Letras (ASLe) sabia o tamanho da responsabilidade que é fazer parte dessa Academia e ocupar a Cadeira que um dia foi ocupada por Ettore Liberalesso, membro da ASLe, seu fundador e depois Patrono da Cadeira de n° 1.
Eu não convivi com Ettore, não o conheci pessoalmente, conheci suas obras, estas que são legados deixados para a sociedade, esse legado é eterno, o homem parte, ficando em nossas memórias, o legado através de suas obras é eternizado. Não só ficam como inspiram outros a trilharem determinados caminhos, como quando conheci a história da cidade de Salto através da literatura de Liberalesso. Quem se dedica a tal estudo, obrigatoriamente passa por Ettore, que deixou uma marca na literatura, no jornalismo, na Academia de Letras e na política, tudo feito por amor ao local em que viveu.
Hoje (como dito certa vez pela Dra. Anicleide Zequini) Ettore é fonte primária ao estudar a história de Salto. Ao analisar a história local através de Ettore, pode ser estudado a maneira como ele pesquisou, as fontes analisadas, a forma de escrita bem como a época de atuação literária, estamos falando de uma pessoa que teve esse talento, brio e vontade de escrever a história de sua cidade, além de viver intensamente seu local de nascimento.
Finalizo minha fala dizendo que a história de Salto e a história de Ettore Liberalesso caminham juntas e se conectam.
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Morre em Itu, aos 87 anos, o jornalista e acadêmico Bernardo de Campos
O jornalista e acadêmico Bernardo Jerônimo de Campos, de 87 anos, morreu na noite de sexta-feira (14 de fevereiro), em Itu. Titular da Cadeira 30 da Academia Saltense de Letras, patrono Jorge Amado, ele era natural de Capivari. Desde a infância, teve sua vida entrelaçada com a cidade de Itu, onde cresceu e fez carreira.
Filho de Luiz de Campos Filho e Antônia Brigato de Campos, Bernardo nasceu na véspera de Natal e foi criado em uma família com fortes laços com a Igreja Católica. O jornalista e acadêmico estudou no Grupo Escolar Cesário Motta e nas Humanidades do Seminário Nossa Senhora do Carmo, ambos em Itu.
A presidente da Academia Saltense de Letras, Marilena Matiuzzi, lamentou o falecimento durante a reunião ordinária da entidade na manhã deste sábado. “Perdemos um nome importante para a cultura e para o jornalismo de Salto, Itu e toda a região, que certamente fará falta nas nossas fileiras da Academia”, disse ela.
O radialista Gasparini Filho, titular da Cadeira 12 da Academia Saltense de Letras, patrono São Francisco de Assis, padrinho de indicação de Bernardo para a entidade, também lamentou a morte. “Bernardo é um grande amigo, uma pessoa que se notabilizou pela eficiência no jornalismo e na escrita. Uma grande perda”.
A vocação para o jornalismo surgiu em casa, influenciado pelo pai, que era tipógrafo e cronista no jornal A Federação, um jornal com fortes ligações com a Igreja Católica. Seguindo esse caminho, ele iniciou sua colaboração jornalística em 1957 e permaneceu como escritor e editor do semanário por mais de meio século.
Bernardo teve um papel marcante na imprensa ituana como diretor de redação e presidente da mantenedora do jornal A Federação, a Associação São Paulo da Boa Imprensa, entre 1996 e 1999. Além de suas contribuições jornalísticas, deixou um legado literário com os livros Meio Século na Imprensa (Editora Ottoni, 2008) e Crônicas Esparsas (Editora Livros do Pensamento, 2017).
Ao longo de sua vida profissional, atuou ainda como funcionário público na Câmara de Vereadores de Itu, no Instituto de Previdência Social e no Banco do Brasil, onde se aposentou. Demonstrando incansável dedicação ao conhecimento, ingressou na Faditu para estudar Direito, exercendo posteriormente a advocacia no foro local.
Figura de destaque no meio acadêmico em Salto, Bernardo também foi um dos fundadores da Academia Ituana de Letras, onde ocupava a Cadeira 13, cujo patrono é Luís Colanéri, seu conterrâneo e contemporâneo. Chegou a presidir a academia ituana entre 2008 e 2012 e integrou ainda a Sociedade Amigos da Cidade de Itu.
Na vida pessoal, foi casado com Flávia Betinelli e deixa cinco filhos: João Paulo, Maria Paula, Maria Fernanda, João Sérgio e Maria Betânia. O velório está sendo realizado neste sábado (15), no Velório Municipal de Itu, e o sepultamento está previsto para as 15h deste sábado ainda no Cemitério Municipal de Itu.
De novo nostálgico.
Quando eu era criança meu pai me apresentou um homem, dizia ser seu amigo, sujeito estranho, um maluco beleza, como ele mesmo se intitulava. Pregava como um Messias, mas parecia um tanto indeciso, questionava tudo e a todos, dizia que havia ficado muito tempo calado e agora era hora de expor tudo que sabia. Quando criança, suas palavras não me faziam muito sentido, mesmo assim passei a ouvi-lo com certa frequência. Duvidei quando o homem disse que veio ao mundo há dez séculos, hoje até acredito, na verdade, aquele sujeito me parece atemporal. Ainda não sei dizer se ele é bom ou ruim, buscava uma tal pedra do gênesis, porém receava se deparar com o ouro de tolo.
Certo dia entrei na sala e lá estavam eles tendo um dedinho de prosa, meu pai, o maluco beleza e mais uma pessoa que conheci ali, um tal de Pedro, que comia uma maçã com olhar confuso. Pedro era amigo daquele homem, quando me viu falou: escute essa, garoto, Raul tá falando de uma nova sociedade, onde nós mesmos faremos nossas regras, uma Sociedade Alternativa. A propósito, sou Pedro, você deve ser o Rafa, né?!
Pausa para três observações: I. Meu nome composto é Rafael, carinhosamente minha família me chama de Rafa; II. Nunca mais vi Pedro, apenas escutava Raul falando; III. Descobri que o nome do contator de histórias era Raul.
Voltando…
Após Raul mencionar a estrutura da tal Sociedade Alternativa e pontuar algumas de suas leis, os três soltaram um VIVA, bem alto. Todos caímos em risadas, mesmo que eu não entendia bulhufas do que foi dito. Hoje, algumas décadas depois, eu digo: VIVA a Sociedade Alternativa.
O tempo passou e, já adolescente, não me lembro ao certo, creio que tinha uns dez ou onze anos, o patrão do meu pai na época me deu um caderninho, nele estava escrito “basta ser sincero e desejar profundo, você será capaz de sacudir o mundo”. Achei a frase linda, retirei-a do caderninho e coloquei no coração. Não que eu quisesse entrar pra história ou provar alguma coisa, isso deixo pra vocês, absorvi aqueles dizeres para ser melhor para mim mesmo e para os meus. Não sou besta para tirar onda de herói, quero sacudir apenas o meu mundo.
Não tive grandes contatos com meu pai, quis a vida que ele fosse um cowboy fora da lei, mesmo não infringindo lei alguma, apenas a si próprio. Apesar disso, nossos encontros eram sempre muito bons e divertidos.
Hoje, quando a solidão me assusta, olho para um e para outro, conservando meu medo, me sento à mesa com Raul, o amigo do meu pai. Quando isso acontece, parece que posso sentir ali a presença do sr. Marco Ribeiro (1974-2021), contando suas histórias da época da escola, dos campeonatos de futebol na cidade e do teste para jogador profissional junto ao Juninho Paulista. As lágrimas correm pois ainda estou aprendendo a perder o medo da chuva…
No dia 22 de dezembro de 2021 o trem das sete passou e levou meu pai desta metamorfose ambulante que é a vida.
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Como escrevi há algumas semanas, ando muito nostálgico.
Texto em homenagem a Marco Antônio Ribeiro, o Marquinho, meu pai.
Novos imortais defendem cruzada para reconquistar leitores
Os quatro escritores escolhidos para integrar a Academia Saltense de Letras, empossados no domingo (8-12), defenderam uma ação conjunta de todos os acadêmicos para reconquistar leitores e ampliar a participação da literatura na sociedade.
A presidente da Academia, Marilena Matiuzzi, Cadeira 39, patronesse Cora Coralina, prometeu desenvolver projetos nesse sentido que envolvam todos os acadêmicos a partir do ano que vem e disse que a ASLe vai estar na vanguarda em defesa da leitura.
Fósforo na escuridão
Fabiano Ormaneze, agora titular da Cadeira 32, cujo patrono é Vinícius de Moraes, lembrou o escritor norte-americano, William Faulkner, um dos maiores romancistas mundiais do século XX, para falar da importância da literatura para as pessoas.
“Ele a comparava com o ato de acender um fósforo em uma noite escura. É quase nada, pode passar rápido, iluminar muito pouco, mas ajuda a pensar e, portanto, significar quanta escuridão há em nossa volta. A literatura é a ferramenta para acabar com essa escuridão”.
Ana Carolina Liberalesso Agnolini Wiggert, Cadeira 24, patrono Carlos Drummond de Andrade, disse que a literatura é humanizadora. “Penso que a ASLe pode proporcionar a reconquista de leitores e que esse é o seu dever como guardiã da cultura”.
A escritora citou a pesquisa “Retratos da Literatura no Brasil”, divulgada no dia 19 de novembro, segundo a qual 53% dos entrevistados disseram que não leram nem mesmo parte de uma obra literária nos últimos três meses. “A maioria não lê”, lamentou.
Missão e coincidências
Para Wilson Roberto Caveden, o Teteia, Cadeira 4, patrono Ruy Barbosa, chegar à Academia Saltense de Letras aos 68 anos, que completará no dia 31 de dezembro, significa que ele recebeu uma missão e que vai levá-la a cabo por toda a história que já viveu.
“Eu não acredito em coincidências. Chegar aqui depois de tudo que vivi e ocupando a cadeira de Ruy Barbosa, quer dizer muita coisa. Quer dizer que temos de ampliar a participação da Academia na sociedade e o número de leitores. Eu estou pronto”, afirmou.
Alexandre Costa, empossado na Cadeira 6, patrono Mário Dotta, afirmou que se sente fortalecido pela posição que passou a ocupar para lutar pela transmissão mais eficaz de conhecimento formal e informal por meio de livros e da leitura aos cidadãos.
“Se aquele menino de poucos anos que eu fui, andando de pés descalços na Favela do Tino, pudesse vir à janela do tempo para me ver agora, ele veria um escritor responsável e compromissado com o livro, com a leitura, com o conhecimento e com a cidade”.
Presidente emérita
Aproveitando o ano em que a mulher esteve em alta nas cerimônias e ações da ASLe, com a Semana Ettore Liberalesso enfocando as mulheres escritoras e a coletânea anual as mulheres que fizeram história, a diretoria homenageou mais uma mulher.
Anna Osta foi escolhida presidente emérita da Academia por todo o seu trabalho à frente da entidade quando foi presidente por três mandatos consecutivos, promovendo inovações e aumento da representatividade da Academia junto à sociedade.
A Academia Saltense de Letras tem agora dois presidentes eméritos, Anna Osta e Antônio Oirmes Ferrari, que são presidentes que se destacaram nas suas atividades à frente da entidade. A palavra “emérito” vem do latim emeritus, que significa merecer.
Os mandatos de Anna, Cadeira 2, patronesse Rachel de Queiroz, aconteceram entre os anos de 2015 e 2016, entre 2016 e 2018 e entre 2018 e 2020. Os de Antônio Oirmes Ferrari, Cadeira 7, patrono Machado de Assis, foram entre 2012 e 2014 e entre 2014 e 2015.
Encerramento do ano
No cargo desde junho deste ano, a presidente da Academia, Marilena Matiuzzi, encerrou a reunião anunciando as férias acadêmicas, que vão de domingo (8/12/24) ao sábado (1º/2/25), período em que a ASLe não terá nenhuma atividade.
A Academia termina o ano com saldo positivo das realizações com a Semana Ettore Liberalesso, o lançamento de mais uma coletânea, a 32ª edição do Prêmio Moutonnée, o projeto Caminhos Literários – Desvendando Clássicos e os lançamentos de livros individuais.