SOU JOVEM, SOU VELHO (dedicado ao Dia do Idoso – 1º Outubro)

Sou jovem, sou velho,

Sou o que sou.

E no meu evangelho

Santo Antonio, diz

São Jorge, é Protetor,

São Jerônimo é Pai,

Aquele que só quer o mal e dor

Certamente um dia cai,

Não se fie na força e saber,

Não queime pólvora à toa na esquina,

Sou pequeno, sou menino,

Mas posso ser traquina.

Sou jovem, sou velho

Sou o que sou…

A minha catedral é o azul do céu

É Maria Santíssima que me olha, porque dela sou filho também,

Rezo no tronco, na pedra, na água, no vento,

A palavra ressoa ao luar, a estrela pisca, digo amém!

E peço luz aqueles que estão ao relento.

Sou jovem, sou velho

Sou o que sou…

Não se cutuca, quem não é pra ser cutucado,

A vara pode ser curta,

Não pise aonde não for chamado,

O brado é forte, e teu chão encurta.

sou velho, sou jovem

Respeite…  é melhor

 

Andrade Jorge – Membro efetivo Academia Nacional de Letras do Portal do Poeta Brasileiro

Membro da Academia Saltense de Letras

21/09/21

 

O Sino de Quinta-Feira

— O sino vai soar…

Apalpei o bolso da calça e dele retirei o celular para olhar as horas, faltava pouco mais de dez minutos para as 18 h, meu companheiro de trabalho tinha razão, dali a pouco tempo ouviríamos o badalar dos sinos da torre esquerda da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Piedade. A oeste, em direção ao final a Rua Floriano Peixoto, o Sol se punha, alaranjado, coberto por estranhas e tristes névoas, fruto de ações criminosas contra a mãe natureza que queima e chora, olhando para as ações clandestinas de alguns de seus filhos.

Pelas portas abertas da Santa Igreja, ao fundo, no alto do altar-mor, foi possível observar outra mãe, esta olhando para seu filho que jazia em seu colo. Um olhar amoroso e doloroso ao mesmo tempo, uma mãe que chora por dentro, que gritava internamente sem se importar, ao menos naquele momento, se Ele é Deus ou homem, se estava ou não se cumprindo a profecia, ali estava seu filho, pagando inocentemente pelos erros de outros, padecendo em seus piedosos braços, ali estava uma mãe, com olhar piedoso, calada.

Era uma quinta-feira, a Praça Comendador Martins estava sendo ressignificada, toda montada e sendo decorada para receber mais uma edição das festividades em homenagem à Padroeira Nossa Senhora da Piedade, nós acompanhávamos todos os preparativos atentos. Dali a três dias seria celebrado sua data durante a FestItália La Pietà.

— Logo vai soar, adoro som de sino.

Como que em uma cena de algum conto, daqueles que situações do cotidiano imediatamente se tornam momentos poéticos, pássaros começam a cantar na direção do coreto da praça. O corredor entre os dois canteiros principais estava todo coberto por luzes de cores quentes, formando um belo caminho que terminava iluminando todo o interior do charmoso coreto. O Sol já estava quase sumindo de vista, a noite começava a surgir, fato que realçava ainda mais aquele corredor iluminado.

— Meu amigo, olha que momento poético, o pôr do Sol, pássaros cantando, a praça, Nossa Senhora da Piedade – comentei com meu companheiro no instante em que olhávamos em direção às árvores atrás do coreto, lá os pássaros dançavam e cantavam como que celebrando a mãe piedosa, como que ensaiando para as músicas que alegrariam milhares de pessoas no próximo fim de semana.

— Você gosta de escrever poesia? Esse momento é propício!

— Lamento que não, na verdade sou um péssimo leitor de poesia, quem me dera escritor. Arrisco-me em crônicas…

— Acha que esse momento daria uma crônica?

— Não sei, quem sabe um dia… a propósito, que horas são?

Não houve tempo de responder, eram 18h, caia a tarde, serena e tranquila, quando escutamos as badaladas de Nossa Senhora da Piedade.

O sino soou.

Prêmio Moutonnée recebeu poesias de seis países

XXXII Prêmio Moutonnée de Poesia

À meia noite de quarta-feira (11) encerraram-se as inscrições do XXXII Prêmio Moutonnée de Poesia, que nesta edição tem o tema “Natureza, qual tua?”. O site oficial recebeu digitalmente 509 poesias, sendo 494 na categoria adulto e 15 na categoria juvenil. Além de poesia de todas as regiões do Brasil, foram inscritas 14 poesias de outros países: Alemanha, Angola, Itália, Moçambique e Portugal.
Antes de serem encaminhadas ao júri oficial, a Secretaria da Cultura enviou as poesias para a ASLe – Academia Saltense de Letras que fará a primeira avaliação, de pertinência ao tema proposto. Os vencedores serão conhecidos na noite de 23 de novembro, em cerimônia pública na Biblioteca Municipal.

Escritora apresenta adaptação da sua obra de maior sucesso para quadrinhos

‘Crescer na Terra do Nunca’ será lançado só dia 14 de setembro, mas foi mostrado no sábado (31) no ‘Momento Literário’, espaço para discussões sobre literatura das reuniões ordinárias da Academia Saltense de Letras

 

A escritora Anna Osta mostra o novo livro ao lado da editora Rose Ferrari

Depois de 11 meses de trabalho, a escritora Anna Osta apresentou no sábado, 31 de agosto, na Academia Saltense de Letras, o livro “Crescer na Terra do Nunca” na versão em quadrinhos. Lançada em 2012 como livro infanto-juvenil, a obra é a que mais fez sucesso entre os 11 livros que a escritora produziu ao longo da sua carreira.

Anna contou que decidiu apostar nos quadrinhos por ser essa a linguagem que mais se aproxima do público jovem, onde o texto é minimizado para fortalecer as imagens. “Percebi que o HQ encaminhava para leituras mais densas. Como apaixonada pela leitura, eu queria investir nessa formação de novos leitores”.

O livro tem adaptação e ilustração de Laudo Ferreira, colorização de Thaynan Lana e consultoria pedagógica de Vanderlei Jorand, com produção editorial de Rose Ferrari e impressão da Mirarte Editora. Ele será lançado oficialmente no dia 14 de setembro, das 10h às 19h, no Shopping Jaraguá, em Indaiatuba, na 6ª HQ Fest Indaiatuba.

Durante o evento, o livro estará à venda com 30% de desconto no quiosque da Mirarte, onde Anna e Laudo receberão seus fãs. Três modelos caracterizados como João, Bel e Pedro, os personagens principais do livro, circularão pelo shopping, interagindo com o público para proporcionar uma experiência mais divertida.

O adaptador e ilustrador Laudo Ferreira

A HQ Fest Indaiatuba já tem confirmados 50 artistas, entre eles Pedro Mauro, Lígia Zanella, Marcel Bartholo, Daniel Saks, Marco Lesko, Lillo Parra e Sun Sugiyama. Haverá ainda uma exposição e venda de trabalhos; painéis com artistas, quadrinistas e ilustradores; e concurso de cosplay, que são caracterizações dos personagens.

Inspirado em Peter Pan

“Crescer na Terra do Nunca” em HQ usa a icônica Terra do Nunca do livro Peter Pan como metáfora para o escapismo típico da adolescência. A narrativa conta a história de João, adolescente introspectivo que se refugia na família de seu melhor amigo, Pedro. Em uma viagem de férias ao litoral, ele vai para a “Terra do Nunca”.

Tudo acontece de forma muito diferente do que ele imaginava. Não há fadas, piratas ou garotos perdidos. Em vez disso, ele descobre que crescer e enfrentar os desafios da vida constituem a aventura mais corajosa de todas. A publicação visa orientar adolescentes sobre medo, experiências amorosas e escolha da profissão.

A escritora foi a convidada da nova diretoria da Academia Saltense de Letras para participar do “Momento Literário”, espaço destinado a falar de literatura durante as reuniões ordinárias dos acadêmicos. Titular da Cadeira 2, patronesse Rachel de Queiroz, Anna contou como se tornou escritora e o que pretende com o livro em HQ.

Acadêmicos acompanham exposição da escritora Anna Osta na Biblioteca Municipal, sede da Academia Saltense de Letras

Ao falar para os acadêmicos, a escritora notou que um jovem a observava da parte superior do prédio da Biblioteca Municipal, sede da Academia Saltense de Letras. Ela pediu para chamá-lo e ele participou da apresentação. Trata-se de Arthur Vinícius Maciel da Silva, de 14 anos, do 9º ano da Escola Otilia de Paula Leite.

“A base para a minha formação como escritora foram três fatos marcantes pelos quais passei. O primeiro foi aos 12 anos, quando fiz uma redação intitulada “O Cristo está nu” em pleno Coleginho. Depois foi a descoberta anos mais tarde da criatividade. Por fim, veio a interação com a leitura, que acho essencial para essa atividade”.

Novo livro, que traz na capa a projeção em sombra adulta do menino

Quando fez a redação, uma amiga, Denise Barnabé, a mostrou para a mãe, dona Nilza, que era professora. “Ela me perguntou o que você quer ser quando crescer? Eu disse: professora. Ela respondeu que não deixaria que eu desperdiçasse o talento que tinha para escrever sendo professora”. Pediu que Anna fizesse algo ligado à escrita.

Eu escrevia diferente

“Para mim, isso foi uma surpresa. Eu achava que ela ficaria contente por eu querer ser professora, já que ela era uma. Naquela época, as mulheres que eu conhecia queriam ser professoras. E eu achava que qualquer pessoa alfabetizada poderia escrever. A dona Nilza me mostrou que a forma como eu escrevia era diferente”.

Não foi só a professora que gostou. A madre Adele também. Apesar de o título da redação encaminhar para outro entendimento, o que Anna fez foi uma comparação entre a vida de Cristo e as pessoas excluídas da nossa sociedade. “A consideração que tiveram com meu texto foi uma epifania para mim: então eu tinha um talento”.

Mais tarde, contou a escritora, já no antigo colegial, outra professora, dona Francisca, colocou três temas de redação na lousa e depois um quarto e disse esse ninguém conseguiria fazer. “O tema era um alfinete. Era um desafio para mim. Aí eu descobri a criatividade. Eu podia escrever o que eu quisesse e como quisesse”.

Estudante Arthur Vinícius Maciel da Silva abraça a escritora após receber autógrafo

O último dos fatos marcantes foi descoberto com a atual presidente da Academia Saltense de Letras, Marilena Matiuzzi. Elas eram amigas de adolescência e a presidente lia muito. “Ela estava sempre antenada com as melhores leituras. A gente lia e discutia o que leu. Devo à Marilena o meu gosto pela leitura”, disse a escritora.

A intenção de Anna Osta com o livro “Crescer na Terra do Nunca” em HQ é oferecer um livro com informações importantes para os adolescentes nessa fase da vida. “Eu queria ter lido um livro assim na minha adolescência. Fiquei tão feliz com o traço do Laudo e com o resultado alcançado pela Mirarte. Para mim, é uma obra de arte”.

EVENTOS DE LANÇAMENTO

14 de setembro – HQ Fest Indaiatuba

Local: Shopping Jaraguá

Horário: das 10h às 19h

Evento: Quiosque de vendas, autógrafos, bate-papo com a escritora e o adaptador e presença de modelos caracterizados

20 de setembro

Local: Colégio Objetivo Cabreúva

Horário: a partir das 9h

Evento: Bate-papo com estudantes e sessão de autógrafos

22 de setembro – Itu Nerd Fest

Local: Espaço Almeida Junior, Itu

Horário: das 9h às 17h

Evento: Bate-papo com o público, stand de vendas e autógrafos

As ilustrações de Laudo Ferreira agradam a adolescentes e adultos

23 de setembro

Local: Colégio Ceunsp, Salto

Horário: 9h e 13h30

Evento: Bate-papo com estudantes e sessão de autógrafos

Outras informações Mirarte Editora (11) 9 5245-7722

Segunda turma do projeto ‘Caminhos Literários – Desvendando Clássicos’ da ASLe já está com inscrições abertas

A Academia Saltense de Letras, a ASLe, retoma no sábado (14) o projeto “Caminhos Literários – Desvendando Clássicos”, voltado para alunos do ensino médio que vão prestar o vestibular.

A partir de 9h30, na Sala Paulo Freire do Centro de Educação e Cultura, o professor Leandro Thomaz de Almeida, que também é acadêmico, Cadeira 33, falará de dois livros que estão na lista das leituras exigidas pela Unicamp: “Casa Velha” e “Morangos Mofados”.

De acordo com a presidente da ASLe, Marilena Matiuzzi, a ideia é aproximar a literatura dos jovens e prepará-los para o vestibular, especialmente o da Unicamp, através de encontros com renomados professores de literatura, que vão detalhar as obras e dar dicas.

O projeto começou no último dia 24 com a professora Ana Carolina Liberalesso Agnolini Wiggert, que falou sobre os livros “Niketche: Uma História de Poligamia”, da escritora moçambicana Paulina Chiziane, e “A Vida não é Útil”, do indígena brasileiro Ailton Krenak.

“Este projeto oferece análise aprofundada das obras literárias, estimulando o pensamento crítico dos alunos. A ASLe está comprometida em garantir acesso gratuito a atividades extracurriculares, com inclusão e igualdade”, disse a presidente.

Os encontros ocorrerão todos no segundo semestre de 2024. As inscrições são limitadas e devem ser feitas no link oficial do evento. A cada novo encontro será divulgado um novo link para as inscrições.

Estudantes recebem dicas para o vestibular da Unicamp em projeto da Academia Saltense de Letras

Em uma iniciativa inédita, voltada à boa formação dos alunos que farão o vestibular da Unicamp, a Academia Saltense de Letras iniciou, no sábado (24), por meio da professora Ana Carolina Liberalesso Agnolini Wiggert, o projeto “Caminhos Literários – Desvendando Clássicos” com “Niketche: Uma História de Poligamia”, de Paulina Chiziane, e “A Vida Não é Útil”, de Ailton Krenak.

A presidente da Academia, Marilena Matiuzzi, Cadeira 39, disse que esse projeto visa aproximar a literatura dos jovens e prepará-los para o vestibular, especialmente o da Unicamp, através de uma série de encontros com renomados professores de literatura, que ocorrerão ao longo deste segundo semestre de 2024 e abordarão as obras exigidas pela universidade de Campinas.

Ana Carolina disse que as duas obras são muito significativas para o vestibular por apresentarem temáticas específicas. Ela fez um estudo de cada obra para desvendar o que poderá ser perguntado. Em sua exposição aos estudantes inscritos e aos acadêmicos que compareceram, a professora explicou os pontos fortes de cada uma. Também deu dicas gerais para os vestibulandos se prepararem.

De acordo com Ana Carolina, a escritora moçambicana Paulina Chiziane explora em “Niketche” a vida de uma mulher chamada Rami. Ela descobre que seu marido, Tony, tem outras quatro esposas. A partir dessa revelação, inicia uma jornada de autoconhecimento e empoderamento, desafiando as normas patriarcais e explorando a dinâmica de poder e resistência na poligamia.

Para o vestibular, a professora ressaltou o contexto sociocultural da obra, que é centrada na poligamia e no papel da mulher na sociedade moçambicana. Disse que o personagem principal evolui ao longo da história e sai da submissão para a independência. “O livro faz crítica às estruturas patriarcais e à opressão das mulheres. E a autora enriquece a obra com uma narrativa poética e simbólica”.

Já no livro de Ailton Krenak, que é um líder indígena e ativista ambiental, Ana Carolina destaca como o modo de vida moderno se contrapõe à sabedoria ancestral dos povos indígenas. Krenak questiona o conceito ocidental de utilidade e progresso, propondo uma visão de mundo mais conectada à natureza e à coletividade. O livro traz uma série de ensaios e palestras que convidam à reflexão.

A professora destaca para o vestibular a crítica do autor ao modelo ocidental de sociedade de consumo e o conceito de utilidade, propondo uma alternativa baseada na simplicidade e na harmonia com a natureza. Ela pede que o vestibulando fique atento às questões filosóficas transmitidas de forma direta que o livro levanta sobre o sentido da vida, a crise ambiental e as relações humanas.

Mestre da Unicamp, Ana Carolina disse que o vestibular da universidade procura fazer o aluno pensar. Ela recomenda que eles comparem os temas de resistência e crítica social presentes em ambos os livros. “Cada um, à sua maneira, questiona e subverte normas estabelecidas. Esteja preparado para interpretar os textos pelo conteúdo e pelo que sugerem de mudanças sociais e culturais”.

Depois desse primeiro encontro, outros dois serão realizados em setembro e os estudantes interessados deverão se inscrever novamente por meio de um link que será divulgado próximo dos eventos: o primeiro com o professor Leandro Thomaz de Almeida, dia 14, a partir das 9h30, na Sala Paulo Freire do Centro de Educação e Cultura, e o segundo com José Altemir Dias de Oliveira, dia 28.

GIRASSOL

GIRASSOL 2

Por Andrade Jorge

 

Tua voz tem o tom que acalma,

Suavidade da nota musical,

Som que toca a alma,

E encanta feito melodia nupcial.

 

 Teu jeito carinhoso revela paz

Renova o espírito no embate,

percalços que a vida traz,

e me revitaliza nesse diário combate.

 

Teu olhar é de cumplicidade

Mãos que se estende e suporta

Braços que abraçam a felicidade

E sorriso que contagia e conforta.

 

Assim és feita como girassol em flor

Protege o sentimento das intempéries

Mas, mostra-se doce e terna para o amor.

14/08/2023

AS COISAS COMO NÃO SÃO

Pode ser um doodle de texto

AS COISAS COMO NÃO SÃO
Por Andrade Jorge
As melodias das músicas em muitos casos enganam o mistério das estrofes, a poesia na verdade, tenta dizer uma coisa, a cifras compreendem a tristeza das palavras, e sai em busca de um arranjo pra levantar a moral do ambiente, as notas dóceis envolvem as palavras duras.
Vivemos uma dualidade, nem sempre o que pensamos expomos, as palavras podem não representar fielmente o pensamento, tomam outras direções, como dizem os mais antigos – cuidado com o sentido das palavras.
Numa empresa, que trabalhei, na época do verão o escritório ficava cheio de mosquitos, então, o gerente deixou uma ordem de serviço a ser feita após o expediente da administração, dizia o bilhete para o Porteiro: “Favor pegar a bomba de Flitz, e ‘fritar’ as moscas do Escritório. Assinado Fulano de tal Gerente. O Porteiro não entendeu nada, como ele iria ‘fritar’ as moscas, mas, para não deixar de cumprir o serviço ordenado, acionou a bomba manual com o veneno, matou os insetos, moscas, mosquitos e congêneres, depois colocou as mesmas numa lata, e deixou-a na mesa do Gerente, com um bilhete: Sr. Gerente, favor dar as coordenadas como ‘fritar” as mosca, mortas elas já estão, conforme pedido. Assinado Porteiro da Noite. Notem que o pensamento era um, a exposição foi outra, não houve entendimento, mas, por um acaso a ordem foi atendida. O Porteiro está esperando a aula de “frita” até hoje.
Mudando de pato pra ganso, o namoro entre um casal, expressa o sentimento, que vivem no momento, tal qual os animais felinos, aves, pássaros, para chamar atenção da possível companheira, dançam, abrem asas, cantam, caem no ridículo por um objetivo maior, um será o rei, os outros continuarão a vida normal, mas, sem companheira naquela temporada de cio. Entre os humanos, não há a temporada de cio, os seres estão sempre em temporada, sempre na tentativa de conquista, e como a temporada é infinita, uma hora conseguem a licença para aproximação, digamos mais íntima, que em muitos casos termina num acasalamento e união para sempre. Os seres humanos são monogâmicos, embora haja região que permita a bigamia, mas aí já outra história, e não é tão simples, o homem tem que ter poder financeiro para o tratamento igualitário às concubinas, se não tiver, perante a lei não pode ter mais que uma, só para conhecimento existem 25 animais monogâmicos, entre eles: Pinguins, Lobos, Águia Careca (símbolo dos americanos), Barata, Cisne. Mas, voltando ao namoro, o casal acha que estão devidamente entendidos, então casam, e vão morar juntos, dividir a vida juntos, rir e chorar juntos, ter comprometimento.
Este é o sentido da equação felicidade (xx+xy:s^2) = F onde “xx” cromossomos da mulher, e xy do homem, dividido por S ao quadrado, igual a F (felicidade). Todo esse trabalho a dança do acasalamento, que nos humanos é o namoro, onde ele demonstra suas habilidade, conhecimentos, jeito de ser, até a conquista final, e como são monogâmicos significa “até que a morte os separe”, diz o Padre, com base na Bíblia do novo testamento, com base no Velho, uma das citações está em Marcos 10:2-12 quando os fariseus perguntaram a Jesus, tentando-o:
─ “É permitido ao homem divorciar-se de sua mulher?”
Responde o Mestre: “O que Moisés ordenou a vocês?”, Responderam:
─ “Moisés permitiu que o homem lhe desse uma certidão de divórcio e a mandasse embora”.
Respondeu Jesus:
─ “Moisés escreveu essa lei por causa da dureza de coração de vocês. E continuou:
─” Mas, no princípio da criação Deus ‘os fez homem e mulher’. Por esta razão, o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, e os dois se tornarão uma só carne. Assim, eles já não são dois, mas sim uma só carne.”
Portanto, o que Deus uniu, ninguém o separe.
Quando estava em casa novamente, os discípulos interrogaram Jesus sobre o mesmo assunto.
Ele respondeu: “Todo aquele que se divorciar de sua mulher, e se casar com outra mulher, estará cometendo adultério contra ela.
E, se ela se divorciar de seu marido e se casar com outro homem, estará cometendo adultério”.
No caráter religioso da monogamia, não existe a possibilidade de concubinato, ao se unirem por lei e por religiosidade (católica romana, evangélica, ortodoxa, Afro, etc), passam por um processo de informações pré casamento, constituem padrinhos, é uma trabalheira só.
O que não entendo é que após o casamento, depois de um certo tempo, pode ocorrer, como é de conhecimento mundial, o famoso Corno, mas de onde vem essa expressão? várias as teorias do surgimento dessa expressão que até hoje incomoda tanto. Primeiramente e etimologicamente, vem do termo “kérata poiein” que traduzindo é “fazer corno; enganar um marido”.
Depois, vem aquelas famosas teorias dos chifres que nascem na cabeça após uma traição. Por outro lado, tem também o capacete de touro com chifres, que alguns usariam após descobrir a traição.
Segundo algumas pesquisas, a origem da palavra corno, de fato, surgiu nas Ordenações Filipinas, ainda vigentes em 1733, e com as leis que vigoraram no Brasil nessa época. De acordo com este documento, o marido e a mulher pagariam, juntos, pelo pecado de adultério cometido por ela e aceito por ele. Assim, ambos usariam o chapéu de chifre.
É uma referência aos animais chifrudos que usam seus chifres (cornos) para espantar outros animais. Pois, a fêmea sempre vive próxima a um único macho.
É daí que surgiu também a expressão Dor de Corno, ou melhor traduzindo, dor nos chifres. É quando alguém não ganha a luta, é traído e vai sofrer a sua dor. Popularmente, falamos que cura essa dor de corno traindo também ou bebendo, e ouvindo músicas com muita sofrência.
Descoberta a traição vem a separação, às vezes continuam juntos, somente por aparências, é para não dividir bens, essa divisão certamente não é direcionada aos pobres, que nada tem. Mas, vejam a dor de cabeça para separação, que após o magistrado bate o martelo, como em leilão, as obrigações, neste caso somente para os homens que pagarão pensão à mulher e filhos menores de idade, porém se provar que a mulher ganha mais, ela pagará pensão a ele, caso difícil, mas, é possível. Os bens são divididos, se têm só uma casa, fica com ela e filhos, ela com uso frutos do imóvel até morrer, porém, uma nova lei trouxe nova modalidade de perda da propriedade por abandono do lar, prevendo que, se um dos cônjuges deixar o lar conjugal por dois anos ininterruptos, caracterizando abandono da família, perde o seu direito de propriedade sobre o bem que era residência do casal. Se casar novamente, de forma legal, a lei prevê trouxe nova modalidade de perda da propriedade por abandono do lar, prevendo que, se um dos cônjuges deixar o lar conjugal por dois anos ininterruptos, caracterizando abandono da família, perde o seu direito de propriedade sobre o bem que era residência do casal. o código civil de 2002 reconhece sim ao cônjuge ou companheiro sobrevivente o direito real de moradia mesmo que ele se case novamente ou forme nova família.
Na vigência do Código civil de 1916 limitava o exercício do direito, apenas “enquanto durasse a viuvez”.
E tudo isso porque ele ou ela, ele /ele, ou ela/ela, foram lanchar fora de casa, mas por que? Por qual motivo foram comer e beber fora do prato?
Parodiando a música de Leandro e Leonardo, que tem um refrão que diz
” Beijo por beijo, sonho por sonho, Carinho por amor, paixão por paixão”
A letra da nossa estrofe seria assim:
“Bilau por bilau, xana por xana, vontade de amor, tesão por tesão”
Só pode ser isso Tesão casual.
Veja, aqui também o sentido da palavra dita e escrita, foi um, o entendimento na vida real, mudou de direção, depois de tanto trabalho o desgraçado (a) vai lá e faz workshop de ‘Como trair’. Pode isso Arnaldo? A regra não é clara?
Ah bão!
“As coisas não são como deveriam ser.”
FIM
AUTOR: ANDRADE JORGE – ACADÊMICO DA ACADEMIA DE LETRAS DO PORTAL DO POETA BRASILEIRO E ACADEMIA SALTENSE DE LETRAS
26/08/2023
Fontes:
Segredo do Mundo
Bíblia Sagrada on line
imagem revista biografia

CONCÓRDIA, DISCÓRDIA

Concórdia, discórdia, desentendimentos que geram um clima de inimizade entre os envolvidos, pior que isso são os que tomam partido, esse apoio só coloca combustível na discórdia.

Cada um expõe seu ponto de vista, como se fosse candidato a algum cargo, tentando mostrar que o errado é o outro lado, e se acontece dentro da família é preciso muita atenção, para não levar à desestruturação da árvore familiar, onde laços de sangue não tem mais significado algum, e fica cada segmento de família em seu canto, curtindo sua raiva, ira, e se amanhã ocorrer um desenlace, não adianta chorar.

Na sociedade em geral,  o nível de desentendimento está aumentando, prolifera o ódio, contra o amor, basta ver ou ler noticiários, mortes por motivos banais, filho ceifando a vida de pais, irmãos contra irmãos, alunos que matam professores, racismo imperando, guerra de gêneros, feminicídio num crescente acelerado, quanto a este fato criaram a tal lei Maria da Penha, que ao meu ver de nada adianta, mesmo com a restrição de não poder chegar perto da mulher, normalmente 500 metros, elas continuam sendo assassinadas. Penso que deveriam colocar uma tornozeleira no homem com essa restrição, chegou perto uma Central recebe o alerta.

A beligerância aumenta no mundo, todos os dias informativos da guerra Rússia versus Ucrânia, mortes violentas, destruição, de repente o noticiário diminuiu, mas não foi porque essa guerra acabou, pelo contrário aumenta cada vez mais, ocorre que outra tomou conta da imprensa mundial Jerusalém versus Palestina da Faixa de Gaza, e as cenas que vemos pela televisão é a miséria humana.

Eu me pergunto: para qual caminho a humanidade está indo?

Você percebe que a beligerância começa dentro da família, e o ódio vai criando ramificações, e se instalam na cabeça, nos corações dos mandatários de empresas, instituições, politica, países. Seria o fim se prenunciando? Haverá uma nova Arca de Noé? Em tempos modernos a Arca seria substituída por naves espaciais.

Pois é da rua da sua casa, para uma nave espacial, “está tudo se consumando”.

Tudo bem, mas pelo menos melhore a relação dentro de sua casa, e vamos para Marte em paz.

AUTOR ANDRADE JORGE, Escritor, Poeta. Membro Efetivo da Academia Saltense de Letras, Cadeira 34

XXXII Prêmio Moutonnée de Poesia

Neste ano, em sua 32ª edição, o prêmio de poesia mais tradicional do país traz o tema Natureza, qual é a tua?, explorando a ideia da natureza como essência, origem e fim. Mas, diante de tantas, imediatas e céleres transformações, o que resta de nossa essência? O que muda e o que se mantém? Como garantir que o natural esteja em nós, se o outro nos parece tão desnaturalizado? Que natureza queremos que seja a nossa? Com que cores queremos mimetizar nossas dores diante do mundo? Com que forças queremos agir para garantir nossa natureza?

História – Criado em 1990 pelo jornalista Oséas Singh Jr., então Diretor da Cultura do município de Salto – SP, o prêmio nasceu celebrando o tombamento do Parque da Rocha Moutonnée pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico e Turístico do Estado de São Paulo.

Na primeira Antologia Poética dos trabalhos classificados, publicada em 1991, o Prêmio apresentou seu DNA longevo: “A beleza do contato leitor-poesia clama, com urgência, pelos incentivos culturais. O universo interpretado poeticamente tem sua melhor descrição: a da sensibilidade e da intuição. A poesia ajuda o homem a viver melhor o exercício dos sentidos, por isso desejamos e apoiamos sempre mais o aparecimento e o desenvolvimento desses artistas”.

No prefácio, da mesma antologia, há uma citação do filme Sociedade dos Poetas Mortos, em que o professor diz a seus alunos: Não se lê poesias por serem bonitinhas… Mas sim porque somos membros da raça humana. E raça humana está imbuída de paixão. Medicina, Direito, Administração, Engenharia… são ocupações nobres, necessárias à vida. Mas poesia, beleza, romance, amor… isso é o que nos mantém vivos!

É possível dizer que, tanto a poesia como o pensamento tocam tudo, nada lhes escapam. Inclusive o próprio nada, pois o nada enquanto lugar da angústia é realidade possibilitadora do homem criar. Do nada o homem cria.

Parceria –No ano de 2021, em sua 29ª edição, o Prêmio firmou fecunda parceria com a ASLe (Associação Saltense de Letras). Compromisso sedimentado pela Lei 3.860, de 16 de junho de 2021. O objetivo é que este patrimônio artístico tenha mais autonomia, que tenha resistência às lacunas causadas por políticas culturais escusas. A parceria selada entre a Secretaria da Cultura e a ASLe (Academia Saltense de Letras), tornando esta a guardiã artística do Prêmio, foi, sem dúvida, uma extraordinária contribuição, tendo em vista o elevado nível do evento. De fato, foram mais de 1.000 trabalhos inscritos, com participação, além de todo o Brasil, de mais outros sete países: Angola, Moçambique, Estados Unidos, Alemanha, Itália, Portugal e Austrália, reafirmando o estímulo à diversidade, por parte do Prêmio.