A Academia Saltense de Letras (ASLe) realiza neste sábado (04/12), às 10h, na Biblioteca Municipal Prof. Valderez Antonio Bergamo Silva, sessão solene para posse de três novos acadêmicos: o médico e professor Paulo de Tarso Liberalesso Filho, o professor e pesquisador Rafael José Barbi e a publicitária e professora Raquel de Toledo Camargo Ferraro. Com isso, a ASLe terá, pela primeira vez em 13 anos, todas as suas 40 cadeiras academicas ocupadas.
Paulo de Tarso tomará posse na cadeira de nº 4, que tem como patrono o jurista, político, filósofo e escritor Ruy Barbosa. Republicano e abolicionista, Ruy Barbosa destacou-se por sua atuação na II Conferência da Paz, em Haia (Holanda, 1907), onde defendeu o princípio da igualdade entre as nações, o que lhe valeu o famoso apelido de “Águia de Haia”. A cadeira nº 4 da ASLe está vaga desde o falecimento de seu primeiro ocupante, Olavo Marques de Souza, em 18 de março de 2020.
Paulo de Tarso é graduado em Administração, Direito e Medicina, tendo se especializado em Ginecologia e Obstetrícia. Atualmente é professor nos cursos de Medicina e Direito da Universidade de Mogi das Cruzes. É também diretor clínico e coordenador médico do Grupo NotreDame Intermédica, em São Paulo. É um estudioso da Maçonaria, temática sobre a qual tem três obras prontas – “Maçonaria – Manual do Iniciado”, “Landmarks comentados” e “Aprendiz maçom”, que aguardam oportunidade para publicação.
Já Rafael Barbi, tomará posse na cadeira nº 25, cujo patrono é o poeta, romancista, musicólogo e historiador de arte Mário de Andrade, que foi um dos fundadores do modernismo brasileiro e teve enorme influência na literatura moderna, como estudioso e ensaísta. Foi figura central da Semana de Arte Moderna de 1922, evento que reformulou a literatura e as artes visuais no Brasil. Suas obras mais conhecidas são “Pauliceia desvairada” e “Macunaíma”. A cadeira nº 25 está vaga desde o falecimento de sua primeira ocupante, Virgínia Soares Liberalesso, em 11 de novembro de 2020.
Rafael Barbi é graduado em História e mestre em História e Historiografia. Atualmente é professor no Branta Institute (Itu) e diretor da Pró-História, empresa pela qual presta serviços nas áreas de desenvolvimento de projetos culturais, curadoria de exposições e assessoria em gestão de instituições museológicas. Ele foi coordenador do Museu da Cidade de Salto – “Ettore Liberalesso” de 2013 a 2016 e lançou, recentemente, seu primeiro livro: “Festejos, Liberdade e Fé” (Viseu, 2021).
A terceira postulante que toma posse neste sábado é Raquel Ferraro, na cadeira nº 28, cujo patrono é o escritor e diplomata português Eça de Queiróz. Autor dos celebrados romances “Os Maias” e “O Crime do Padre Amaro”, é considerado, ao lado de Machado de Assis, como um dos maiores escritores em língua portuguesa do século XIX. Caracterizadas pelo realismo descritivo, suas obras têm sempre presente a crítica social. A cadeira nº 28 foi ocupada anteriormente por José Alcione Pereira, o Cabecinha, e está vaga desde a sua morte, em 02 de setembro de 2020.
Raquel Ferraro é graduada em Publicidade e Propaganda e MBA em Marketing e Vendas. Atualmente é docente no curso superior em Publicidade e Propaganda da Faculdade Max Planck (Indaiatuba), além de orientar estágios supervisionados na instituição. É autora ou coautora de dezenas de Atividades Práticas Supervisionadas (ATPS) que buscam promover a autonomia intelectual dos alunos e desenvolver habilidades cognitivas em diversas disciplinas dos cursos da área de Ciências Humanas.
A Academia Saltense de Letras (ASLe), com apoio da Prefeitura Municipal de Salto, realiza, no próximo dia 29, às 19h, na Biblioteca Municipal Prof. Valderez Antonio Bergamo Silva, o lançamento de sua nova antologia, denominada “É de sonho e de pó… – Reflexões inspiradas na pandemia de Covid-19 no Brasil”. O evento, gratuito e aberto ao público, é uma comemoração ao Dia Nacional do Livro.
Na obra “É de sonho e de pó…”, 24 autores, acadêmicos da ASLe, registram suas percepções, reflexões e esperanças diante do assombro trazido da pandemia de Covid-19. Ao revirar conceitos, revisitar referências, ler e reler escritos antigos e novos sobre a dimensão trágica da existência humana, adotou-se como inspiração a letra da canção “Romaria”.
A antologia apresenta um trabalho diversificado quanto a gênero e estilo, mas alinhavado pela mesma poética. Para tanto, os autores só precisaram dizer a si mesmos, como Renato Teixeira em seu celebrado poema: “Só queria mostrar meu olhar, meu olhar, meu olhar”.
Além da presença dos autores do livro, o evento contará com apresentação musical de viola caipira da dupla Rodrigo Sampaio e Rafael. Radicados em Salto desde os 5 anos de idade, os irmãos gêmeos são formados em violão erudito pelo Conservatório de Tatuí. A paixão pela viola caipira, no entanto, sempre esteve presente em sua carreira e, como dupla sertaneja, fizeram centenas de shows, gravaram CD e levaram o som da viola para quatro cantos do País, com repertório que vai do sertanejo raiz a composições de Renato Teixeira e Almir Sater.
“Apesar das inúmeras possibilidades sonoras e as várias caras que a viola caipira assume em cada região do Brasil, o objetivo na apresentação que faremos para a ASLe é demonstrar uma pequena parte de sua essência e possibilitar que o público aprecie o timbre singular desse instrumento”, afirma Rodrigo, que atualmente é professor de viola de 10 cordas.
Dia Nacional do Livro
Em 29 de outubro, é comemorado, no Brasil, o Dia Nacional do Livro. A data foi escolhida para lembrar a fundação da primeira biblioteca brasileira, a Real Biblioteca, no Rio de Janeiro, em 1810. Nesse dia, a Real Biblioteca Portuguesa foi transferida para o Brasil e tornou-se a Biblioteca Nacional. Porém, o acervo chegou ao Rio de Janeiro antes, em 1808. Além de livros, havia manuscritos, mapas, estampas, moedas e medalhas.
O designer gráfico Caio Cesar Canovas foi o vencedor do processo seletivo para escolha da capa da nova antologia da Academia Saltense de Letras (ASLe), com lançamento marcado para 29 de outubro, Dia Nacional do Livro. Com o título “É de sonho e de pó… – Reflexões inspiradas na pandemia de Covid-19 no Brasil”, a obra vem sendo preparada numa parceria da ASLe com a Mirarte Editora desde maio deste ano.
O concurso para a capa, aberto a designers de todo o Brasil, foi desenvolvido no mês de julho. A escolha da sugestão vencedora foi feita por votação, na última reunião ordinária da Academia. Já sua arte final, contou com as contribuições de um Conselho Editorial formado pelos acadêmicos Anna Osta, Eloy de Oliveira, Marco Ribeiro, Marilena Matiuzzi, Mércia Falcini e Rose Ferrari.
Em sua composição gráfica, o design utiliza, ao fundo, uma fotografia autoral de Caio Canovas, na qual aparecem céu nublado, galhos de uma árvore que perdeu muitas folhas e uma máscara de proteção descartável. “São signos que remetem, ao mesmo tempo, à poética do título – sonho e pó, sem perder de vista a temática adotada para o livro – a pandemia”, explica o designer.
O título principal usa a fonte cursiva Richard Hamilton, com o objetivo de aproximar os autores de seu público com elegância, criatividade e simpatia, mesmo diante de um tema desafiador como a pandemia de Covid-19. A cor roxa, em textos e outros elementos gráficos da capa, é uma alusão à tristeza, à introspecção, ao mistério, à espiritualidade e à transmutação que marcam o período abordado na obra.
A Mirarte Editora, com apoio da Academia Saltense de Letras (ASLe), realiza no próximo dia 6 de agosto, às 19h, a live de lançamento do livro “Que bicho é esse? – Aventuras pelo curioso mundo animal”, de Dami Pacheco – nome artístico adotado pela escritora saltense Maria Damien Ignácio Pacheco. Para participar da live, basta fazer inscrição pelo link https://is.gd/LiveDamiPacheco.
A obra, com ilustrações de Beto Nascimento, reúne oito contos infantis nos quais a autora apresenta, de forma lúdica, animais silvestres de espécies menos conhecidas do público, além de conhecimentos em Geografia, Biologia e Meio Ambiente, como ciclos da natureza, clima, vegetação e cadeia alimentar. Com graça e delicadeza, transita por temas como família, comunidade, trabalho coletivo e aprendizado, sendo o maior deles a percepção de que o ser humano deve rever sua postura diante da natureza.
Com 68 páginas, o livro é um estímulo à leitura para crianças recém-alfabetizadas ou mesmo à literacia familiar. Conta ainda com dez desenhos no estilo line art para serem coloridos pelos pequenos leitores.
Dami Pacheco é professora e escritora. Lecionou por muitos anos na Escola Estadual Professor Cláudio Ribeiro da Silva, em Salto/SP. Foi coordenadora de mostras estudantis de teatro e escreveu inúmeras peças, histórias infantis, poemas, crônicas e contos. É autora também dos livros “Un Dolce Ricordo… – História da Associação Italiana Giuseppe Verdi de Salto – 1903-2013” (bilíngue) e “Sintonia de Almas”, em parceria com Anna Osta, Lázaro Piunti e Maria Christina Noronha Liberalesso.
A autora integra a Associação Italiana Giuseppe Verdi, o Instituto de Estudos Vale do Tietê (Inevat), o Grupo Vocal Vitta Bella e a Academia Saltense de Letras (ASLe), sendo membro-fundadora e titular da cadeira acadêmica número 15, que tem como patronesse Benedita de Rezende.
Na live de lançamento haverá sorteio de dez exemplares do livro “Que bicho é esse?” entre os participantes. Logo depois, a obra estará à venda por R$ 28,90, pelo sistema POD (Print On Demand), nos mais importantes marketplaces do País, entre eles Amazon, Submarino, Magalu, Americanas, Estante Virtual, Mercado Livre e Shopee Brasil; neste último com frete grátis.
Começaram as inscrições para o MAIOR PRÊMIO DE POESIA do interior paulista!
O XXIX Prêmio Moutonnée de Poesia terá 10 mil reais em prêmios. A edição deste ano será sobre a “Percepção poética da pandemia”. Ou seja, em sua 29ª edição o prêmio de poesia mais tradicional do interior paulista será temático. Pela primeira vez em sua história as seleções do júri serão feitas com foco em um tema, neste caso a pandemia do Covid-19.
As inscrições irão até 15 de setembro e devem ser realizadas na página oficial do evento:
A Academia Saltense de Letras (ASLe) comemora, neste sábado (12/06), às 9h, seu 13º aniversário de fundação. Neste ano, para adaptar-se à necessidade do distanciamento social imposto pela pandemia de Covid-19, a data será marcada pela realização de uma palestra on-line para convidados sobre a escritora Zélia Gattai, a patronesse da Academia. Na oportunidade, será efetivada também a cerimônia de posse do novo acadêmico, Francisco Antonio Moschini, que ocupará a cadeira 23, cujo patrono é Euclides da Cunha. Os interessados em participar devem solicitar seu convite pelo e-mail academiasaltensedeletras@gmail.com.
A palestra “Zélia Gattai: vida e obra de uma fotógrafa e escritora memorialista” será proferida pela professora, pesquisadora e conferencista Kassiana Braga. A palestrante é graduada em História pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho. Realizou estágio no Centro de Pesquisa e Documentação (Cedap) da Unesp em Assis/SP, em 2010. É Mestra em História desde 2016, quando apresentou a dissertação “A Senhora Dona da Memória: Autobiografia e memorialismo em obras de Zélia Gattai”. Atualmente cursa doutorado na Unesp, por meio do qual aprofunda sua pesquisa sobre a escritora e sua produção artística.
Já o novo acadêmico, Francisco Moschini, tem uma longa atuação como professor e ambientalista. Aos 82 anos, é um dos ícones da preservação ambiental em sua terra natal, a cidade Salto. Nascido em 9 de junho de 1938, estudou nas primeiras turmas do antigo “Coleginho”, hoje Escola Sagrada Família. Mais tarde, formou-se em Ciências, em Biologia e em Pedagogia, tendo participado também de diversos cursos de especialização e extensão universitária na área ambiental.
É sócio fundador e ex-presidente da Sociedade para Defesa do Meio Ambiente de Piracicaba (Sodemap) e do Instituto de Estudos Vale do Tietê (Inevat). Atualmente, entre outras atividades, é membro das câmaras técnicas de dois comitês de bacias hidrográficas: a dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (CBH-PCJ) e a dos Rios Sorocaba e Médio Tietê (CBH-SMT), além de membro do Conselho Gestor de três Áreas de Proteção Ambiental (APAs): Cabreúva, Cajamar e Jundiaí.
Foi professor do Ensino Fundamental e Médio por 30 anos nas cidades de Elias Fausto, Mairinque, Alumínio, São Roque e Piracicaba, onde exerceu também a função de assistente pedagógico, vice-diretor e diretor substituto. É autor dos livros “Educação ambiental: estudo da microbacia do Ribeirão dos Marins” (1996), “O Médio Tietê: história, eletricidade, hidrovia, etanolduto” (2014), “A água nas escrituras bíblicas” (2017) e “Ginásio Estadual Professor Paula Santos – memória” (2019).
Sobre a ASLe
A Academia Saltense de Letras, fundada em 16 de junho de 2008 por um grupo de 16 pessoas, é uma associação de caráter cultural. Seus objetivos são a pesquisa, o estudo e a divulgação das letras, das artes e da cultura.
De suas 40 cadeiras, identificadas por patronos selecionados por ocasião da fundação, 37 encontram-se ocupadas e três vagas, sendo a 37ª a cadeira escolhida por Moschini. Dos 16 acadêmicos fundadores, cinco já faleceram, dois deixaram o grupo e nove seguem contribuindo com a ASLe. São eles: Anita Liberalesso Neri (Cadeira 11 – Odmar do Amaral Gurgel), Anna Osta (Cadeira 2 – Rachel de Queiróz), Antonio Oirmes Ferrari (Cadeira 7 – Machado de Assis), Augusto Gasparini Filho (Cadeira 12 – São Francisco de Assis), Francisco Carlos Garcia (Cadeira 13 – Monteiro Lobato), Lázaro José Piunti (Cadeira 14 – Castro Alves), Maria Damien Ignácio Pacheco (Cadeira 15 – Benedita de Rezende), Mércia Falcini (Cadeira 3 – Paulo Freire e Valter Lenzi (Cadeira 6 – Mário Dotta). As outras 28 cadeiras encontram-se ocupadas por acadêmicos que ingressaram entre 2009 e 2021.
O ingresso a uma vaga na Academia Saltense de Letras se dá por indicação de um ou mais de seus membros efetivos ou obedecendo aos critérios de edital que pode ser publicado pela presidência. De acordo com o estatuto da entidade, o candidato será avaliado segundo os seguintes critérios: idoneidade moral, contribuição para o incremento das letras, artes, história e cultura em geral, ter obra publicada de reconhecido valor literário, histórico ou cultural. Para conhecer melhor a Academia Saltense de Letras acesse: www.asle.net.br.
A Academia Saltense de Letras (ASLe) realizará, de 7 a 9 de abril, a quarta edição da Semana Cultural Ettore Liberalesso. Neste ano, para adaptar-se à necessidade do distanciamento social imposto pela pandemia de Covid-19, a opção foi pela redução da programação para três noites e a realização dos encontros, ao vivo, com acesso gratuito pela internet. Aos interessados, é necessário, no entanto, realizar sua inscrição no site www.asle.net.br.
Com o tema “Conexões Literárias”, o evento tem o objetivo de contemplar o diálogo da Literatura com outras áreas do conhecimento e oferecer ao público um conteúdo de alto nível. Entre os palestrantes estão: a psicóloga, pedagoga e pesquisadora Anita Liberalesso Neri; o pesquisador, professor e escritor Cesar Nunes; e o roteirista de cinema Celso Duvecchi. A programação inclui, ainda, a denominada Sala de Espera, com apresentações artísticas, e, ao final de cada noite, sorteio de livros entre os participantes. “Apesar das grandes dificuldades que todos nós tivemos por conta da pandemia, um grupo de acadêmicos abraçou o desafio de organizar a Semana Ettore, de modo que a ASLe pudesse realizar o evento pela internet, sem perder qualidade”, afirma o presidente da Academia, João Carlos Milioni.
Criada em 2017 para homenagear o escritor, jornalista e historiador saltense Ettore Liberalesso, a Semana Cultural deste ano conta com a colaboração da Prefeitura da Estância Turística de Salto, por intermédio da Secretaria da Cultura, e das empresas Bicalho & Bicalho Sociedade de Advogados, Braba Assessoria e Marketing Digital e Mirarte Editora. Confira a programação completa neste site.
A Academia Saltense de Letras (ASLe) perdeu na madrugada desta quarta-feira (11) uma de suas primeiras integrantes, que abrigou em sua casa as reuniões iniciais do grupo. Virgínia Soares Liberalesso faleceu em São Paulo aos 98 anos e deixa uma história de simplicidade e doçura que nortearam toda a sua vida.
“Dona Virgínia sempre foi uma pessoa admirável e é assim, dessa forma amável e harmoniosa, que permanecerá em nossos pensamentos e em nossos corações. Tenho plena certeza de que hoje estamos chorando aqui pela sua partida, mas o céu estará sorrindo”, disse o presidente da Academia, João Milioni.
Os ex-presidentes Antônio Oirmes Ferrari e Anna Osta também lamentaram a perda. Ambos com muitas lembranças da convivência do início do grupo. Eles se recordam que, por Ettore Liberalesso, com quem Virgínia foi casada por 70 anos, ter iniciado a formação da academia, as primeiras reuniões eram na casa deles.
Entre os acadêmicos, Virgínia era conhecida por sua fala mansa e gestos cuidadosos, mas principalmente por sua generosidade. “Uma pessoa incrível que me ligou de longe pra me dizer coisas lindas do meu último livro”, disse a acadêmica Cynara Lenzi Veronezi, recordando-se da atenção que ela tinha com os outros.
A alguns acadêmicos, chamava de meninos. “Era o jeito de mãezona que ela tinha”, disse Jorge Duarte, um dos meninos, que teve uma aproximação muito grande com ela nos últimos anos. Gasparini Filho, outro menino, também se recorda com saudade. Mércia Falcini fala do café com bolo que lhe oferecia nas reuniões.
Olhinhos brilhantes
Titular da cadeira 25 da Academia Saltense de Letras, cujo patrono é Mário de Andrade, Virgínia Soares Liberalesso escrevia desde muito nova. Gostava de crônicas, mas produziu também contos e poesias, com destaque para o haicai, além de histórias infantis. Foi premiada em diversos concursos.
É autora dos livros: “Contos de Antigamente, lançado em 2010; “O Tesouro do Guaraú, de 2011; “Devaneio”, de 2013, em parceria com o também acadêmico Lázaro José Piunti; “A História de Mani”, de 2015; “Salto – Por que Me Encanta?”, de 2017, em parceria com outros acadêmicos; e “Haicais”, do final de 2018.
“Nunca vou me esquecer dos olhinhos brilhantes e do entusiasmo daquela senhora, que, do alto de seus quase 90 anos, cuidava com rigor de todos os detalhes para que os seus livros saíssem perfeitos”, disse Rose Ferrari, acadêmica editora de livros.
Virgínia Soares Liberalesso dedicou 45 anos da sua vida profissional para o jornalismo no jornal “O Trabalhador”, sete dos quais como diretora responsável. Também fez revisão, edição e coordenação, além de escrever páginas inteiras de seções especiais e de gerenciar a oficina de produção.
Ela nasceu em 18 de janeiro de 1922 na cidade paulista de Pindamonhangaba. Perdeu os pais muito cedo. Por isto, mudou-se para Salto aos 5 anos. Residia em uma casa que ficava em frente ao hoje prédio do Museu Ettore Liberalesso. Curiosamente, foi nessa região da cidade que mais tarde conheceria o marido.
História de amor
Na adolescência, por um desejo da mãe, o historiador Ettore Liberalesso entrou para a banda de João Dalla Vecchia. A mãe queria que um dos filhos fosse músico. Apesar de aceitar integrar a banda, Ettore se tornou escritor mais tarde. A banda tocava na saída das matinés do antigo Cine Verdi, que eram sempre cheias.
“Ettore era o último dos integrantes que passava”, disse Virgínia em entrevista para o programa “Lado a Lado”, da jornalista Mirna Bicalho, em 2018, quando falava do seu último livro. Esse detalhe fez com que eles trocassem olhares ou como se dizia na época, em 1940, que dessem linha, mostrando um interesse mútuo.
Virgínia não chegou a fazer cursos normais, que eram mais raros para mulheres na época. Mas estudou corte e costura com Amélia Rocha. O curso era à noite e um dia, na saída da casa da professora, em frente do prédio onde hoje é a escola Tancredo do Amaral, Ettore foi esperar por Virgínia. O namoro começou aí.
Nem mesmo a mudança de Virgínia para São Paulo interrompeu o relacionamento. O casamento foi quando ela fez 19 anos e ele tinha 21. A união durou até a morte dele, em julho de 2012. Tiveram os filhos Anita e Paulo de Tarso e deles os netos: Louise, Luís Eduardo, Maria Clara, Helena, Luísa, Lucas e João Pedro.
Com profunda tristeza, comunicamos o falecimento de nossa estimada Confreira Virgínia Soares Liberalesso.
Nossa tão querida “Dona Virgínia” era unanimidade entre todos, por sua gentileza, delicadeza e extrema simpatia e educação.
Seu olhar atento e seus modos sempre gentis, cativavam com a facilidade daqueles que não precisam de esforço algum para serem estimados e amados.
Mulher forte e de muitos predicados, Dona Virgínia construiu uma história de êxitos e exemplos incontestáveis em prol do jornalismo e da cultura de nossa cidade.
Hoje, após sacramentar de forma tão sublime, sua linda missão entre nós, Dona Virgínia segue para atender ao chamado e também aos desígnios de nosso bom Deus.
Em nossos corações, fica a abrupta dor da perda. Mas, as nossas lembranças serão sempre suaves e nosso sentimento de gratidão certamente aumentará a cada dia, e a cada pequena recordação de momentos partilhados com nossa querida “Dona Virginia”.
Ficam aqui, nossos sentimentos de pesar a todos os familiares e também a todos, que tiveram o privilégio de com ela conviver.
Atenciosamente;
João Carlos Milioni
Presidente
É com profundo pesar que informamos o falecimento de nosso confrade da Academia Saltense de Letras, José Alcione Pereira, conhecido também como o jornalista Cabecinha.
Alcione, natural de Caicó/RN, era ocupante da cadeira n. 28 cujo patrono é Eça de Queirós.
O funeral será realizado no Funeral Arce – Av. Giovanni Gronchi, 1358, São Paulo/SP, amanhã, quinta-feira, 03/09/20, das 9 as 12h.
Prestamos nossas condolências aos familiares, amigos e colegas de nosso saudoso confrade.