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Semana Ettore 2018 celebra os 10 anos da ASLe
A Academia Saltense de Letras (ASLe) realiza, de 2 a 6 de abril, a segunda edição da Semana Cultural Ettore Liberalesso, cuja programação celebra o décimo aniversário da entidade dedicada às letras e aos escritores saltenses. A Semana Ettore é um evento anual criado para homenagear o escritor, jornalista e historiador saltense Ettore Liberalesso. Foi idealizada pelo professor de História Marco Ribeiro e organizada pela ASLe, com a colaboração, neste ano, da Prefeitura da Estância Turística de Salto, do Clube de Campo Saltense e do Centro Universitário Nossa Senhora do Patrocínio (Ceunsp).
Além de comemorar sua primeira década de existência, a ASLe presta uma homenagem aos patronos e patronesses saltenses, que tiveram relevante importância para a história da cidade. Os eventos serão realizados de forma itinerante em vários locais de Salto, como a Biblioteca Municipal, o Museu Ettore Liberalesso, o Ceunsp e o Clube de Campo Saltense, entre outros. “O evento foi elaborado para apresentar uma programação interessante e de conteúdo variado, mas como, neste ano, a Academia Saltense de Letras completa 10 anos de existência, trouxemos essa celebração para dentro da Semana Cultural”, explica a presidente Anna Osta.
Em suas próximas edições, a Semana abordará outros temas e outros personagens de relevância para a cultura e para a História de Salto, com os propósitos de se tornar parte do calendário cultural permanente da cidade e estabelecer uma ponte entre a ASLe e a sociedade saltense.
Abaixo, a programação completa, cujo acesso é gratuito e aberto ao público em geral:
Programação
Segunda-feira, 2 de abril, às 19 horas
Espaço: Biblioteca Municipal de Salto (Pç. Paula Souza, 30, Salto/SP)
Agenda: Sessão Solene de Abertura, com Hino Nacional Brasileiro apresentado à capela pelo músico Teco Seade, pronunciamentos da presidente da ASLe, Anna Osta, e do prefeito de Salto, Geraldo Garcia; exibição do vídeo institucional produzido pelos alunos de cinema do Ceunsp; retrospectiva da formação da ASLe, pelo professor Antonio Oirmes Ferrari, presidente emérito da ASLe; show do músico Teco Seade.
Terça-feira, 3 de abril, às 19 horas
Espaço: Museu Ettore Liberalesso (R. José Galvão, 104, Salto/SP)
Agenda: Abertura e boas-vindas pelo acadêmico Valter Lenzi; inauguração da exposição temporária “Patronos Saltenses”, sobre a vida e a obra dos patronos saltenses de cadeiras da Academia Saltense de Letras (Anselmo Duarte, Aurora Duarte, Dr. Barros Junior, Benedita de Rezende, Ettore Liberalesso, José Francisco Archimedes Lammoglia, Jota Silvestre, Luiz Castellari, Mario Dotta, Odmar do Amaral Gurgel e Oswaldo de Souza Aguirre); lançamento do livro “Valter Lenzi – 60 anos no jornalismo impresso”, de Jorge Duarte Rodrigues; apresentação de grupo musical do Conservatório de Salto.
Quarta-feira, 4 de abril, às 19 horas
Espaço: Auditório Brasital – Ceunsp (Pç. Antônio V. Tavares, 73, Salto/SP)
Agenda: Abertura musical com a orquestra de alunos do Ceunsp; concerto “500 anos do violão no Brasil”, do músico José Tatangelo.
Quinta-feira, 5 de abril, às 19 horas
Espaço: Clube de Campo Saltense (R. Mal. Deodoro, 2345, Salto/SP)
Agenda: Sarau de “10 anos da ASLe”, com palco aberto para apresentações de música e literatura; lançamento da coletânea de acadêmicos “Mosaico Literário”.
Sexta-feira, 6 de abril, às 19 horas
Agenda: Jantar Solene para acadêmicos e convidados; entrega das medalhas em alusão aos 10 anos de formação da ASLe; juram
Acadêmicos participam de comemoração ao Dia do Imigrante
(Foto: Rivaldo Gomes)
Os acadêmicos Antônio Oirmes Ferrari, Maria Damien Ignácio Pacheco, Anicleide Zequini e Rose Ferrari participam nesta sexta-feira, dia 23, da comemoração ao Dia do Imigrante, promovida pelo Instituto de Estudos do Vale do Tietê (Inevat).
O evento, que acontece na Sala Verdi (Rua José Galvão, 104 – Salto /SP), a partir das 19h, conta com a participação do Coral “Vitta Bella”, sob a Regência de Maria Aparecida Scavacini Boni, e da Corporação Musical Gomes-Verdi, que apresentarão repertório italiano.
A historiadora Anicleide Zequini e a jornalista Rose Ferrari serão debatedoras no painel “Contribuição dos Imigrantes Italianos para o Desenvolvimento Regional: Culinária, Economia e Cultura”, coordenado pelo professor Antonio Oirmes Ferrari. Já a professora Maria Damien Ignácio Pacheco fará uma palestra com o tema “Imigração dos Italianos no Século XIX: uma visão geral”. O evento será encerrado com o tema “Famílias de Imigrantes Italianos em Itu”, a ser abordado pelos professores Edson Carlos de Oliveira e Maria de Fátima Boni Oliveira.
Prêmio Moutonnée encerra inscrições com mais de 1.300 trabalhos
O XXV Prêmio Moutonnée de Poesia encerrou o prazo para inscrições na última semana com o registro de mais de 1.300 participantes. Ao todo, foram 1.268 inscrições na categoria Adulto e 45 na categoria Infanto-juvenil I e II, totalizando 1.313 trabalhos inscritos.
Realizado pela Prefeitura da Estância Turística de Salto, em parceria com a Academia Saltense de Letras (ASLe), o concurso entra agora na fase de avaliação dos trabalhos por uma comissão julgadora composta por acadêmicos da ASLe e professores convidados. A premiação está prevista para o dia 25 de novembro de 2017, em local e horário a serem definidos.
Os poemas, inscritos por meio de uma plataforma digital formatada especialmente para o prêmio, são originários de diversos municípios de todos os estados brasileiros, além de participantes de outros países, como Portugal, Moçambique, México, Itália e Alemanha. Estão divididos em três categorias: Infanto-juvenil I (de 12 a 14 anos), Infanto-juvenil II (de 15 a 17 anos) e Adulto (a partir de 18 anos completos). As cem obras avaliadas com as melhores pontuações serão classificadas para comporem um livro, a ser lançado no encerramento do concurso. Haverá premiação em dinheiro para os três primeiros colocados da categoria Adulto, sendo R$ 1.500 para o primeiro lugar, R$ 1.000 para o segundo e R$ 500 para o terceiro. Já às demais categorias serão conferidos troféus e certificados.
Os dez primeiros classificados de cada uma das três categorias do concurso ganharão um exemplar do livro com a coletânea do XXV Prêmio Moutonnée. Exemplares adicionais poderão ser adquiridos durante a Cerimônia de Premiação ou, após, através do site da ASLe. O XXV Prêmio Moutonnée de Poesia conta, neste ano, com patrocínio da Lojas Cem e apoio da empresa Even3 de plataforma digital.
ASLe promove palestra e sarau em setembro
A jornalista Rose Ferrari ocupa a cadeira 38 da ASLe, que homenageia Mário Quintana
A Academia Saltense de Letras (ASLe) realizará dois eventos voltados à literatura no mês de setembro: a palestra/debate “Literatura Infantil e Homossexualidade – O que as crianças podem ler na escola?”, da jornalista e editora Rose Ferrari, no dia 2, às 10h, na Biblioteca Municipal de Salto (Largo Paula Souza, 30) e o Sarau da Primavera, no dia 21, às 19h30, no Clube de Campo Saltense (R. Mal. Deodoro, 2345 – Jd. Nações). Ambos são gratuitos e abertos ao público em geral.
Na palestra, Rose Ferrari apresentará uma síntese da temática que sustentou seu estudo científico na pós-graduação em Português: Língua e Literatura pela Universidade Metodista de São Paulo. A exposição será seguida de um debate com a participação de Mércia Falcini e Milta Alves Ribeiro Maron. Mércia Falcini é pedagoga, psicopedagoga e mãe facilitadora do Grupo de Pais de Homossexuais (GPH). Milta Alves Ribeiro Maron é pedagoga, bacharel e licenciada em Ciências Sociais e supervisora de ensino da Rede Oficial de Ensino do Estado de São Paulo.
Já o Sarau da Primavera será um evento destinado à confraternização e ao compartilhamento do trabalho desenvolvido por escritores, acadêmicos ou não. No espaço gentilmente cedido pelo Clube de Campo Saltense, todos os que desejarem poderão apresentar poemas, crônicas, música, teatro etc. O local conta com estacionamento disponível aos participantes do Sarau. Haverá serviço de lanchonete para os que desejarem (custos à parte).
Acadêmicas divulgam Prêmio Moutonnée de Poesia em escolas de Salto
Na última sexta-feira, dia 11, as acadêmicas Maria Christina Noronha Liberalesso e Mércia Falcini realizaram, junto a quatro escolas estaduais de Salto, uma campanha em favor da participação dos estudantes nas categorias infanto-juvenil I (de 12 a 14 anos), infanto-juvenil II (de 15 a 17 anos) do XXV Prêmio Moutonnée de Poesia, cujas inscrições vão até o dia 31 deste mês. Elas visitaram as escolas Prof. Paula Santos, Tancredo do Amaral, Profa. Leonor Fernandes da Silva, Acylino do Amaral Gurgel.
O concurso, realizado pela Prefeitura da Estância Turística de Salto, por meio da Secretaria da Cultura, em parceria com a Academia Saltense de Letras (ASLe), já tem centenas de inscritos para a categoria Adulto (a partir de 18 anos completos), mas ainda é pequeno o número de inscrições nas categorias destinadas aos adolescentes.
Recebidas nas escolas pelos coordenadores Angélica Bonetti, Ronaldo Brenda, Márcio Rogério Messias e pela vice-diretora Camila de Andrade Fabrício, as acadêmicas Christina e Mércia tiveram oportunidade de conversar com os alunos e sortear 50 exemplares de livros doados pelo acadêmico Lázaro Piunti. Entre as obras doadas estavam “A Dama e o Valete” e “Mensagens de Passagem”, de autoria de Piunti, e “Respingos de Ternura”, escrito por ele em parceria com a acadêmica Virgínia Soares Liberalesso.
As inscrições ao Prêmio Moutonnée de Poesia são gratuitas, mas deverão ser feitas exclusivamente através do link www.even3.com.br/PremioMoutonneedePoesia e o Regulamento completo encontra-se disponível no site da Academia Saltense de Letras: www.asle.net.br. A Cerimônia de Premiação acontecerá em Salto, no dia 25 de novembro de 2017, em local e horário a serem definidos.
Prêmio Moutonnée de Poesia já tem 536 inscritos
O XXV Prêmio Moutonnée de Poesia, uma realização da Prefeitura da Estância Turística de Salto, por meio da Secretaria da Cultura, em parceria com a Academia Saltense de Letras (ASLe), segue com inscrições abertas até o dia 31 de agosto. O concurso já tem 536 trabalhos inscritos, sendo 24 de Salto e o restante de poetas espalhados por todos os estados brasileiros e Distrito Federal. Há ainda participantes radicados em outros países, como Portugal, Moçambique, México, Itália e Alemanha.
Um levantamento realizado pelo acadêmico André Luiz Palhardi, um dos integrantes da Comissão Organizadora, dá conta de que 74% dos participantes têm escolaridade de nível superior e integram a categoria Adulto (a partir de 18 anos completos). Isso significa que ainda é pequena a adesão de adolescentes, a quem estão destinadas as categorias infanto-juvenil I (de 12 a 14 anos), infanto-juvenil II (de 15 a 17 anos).
A presidente da ASLe, Anna Osta, pede a ajuda das escolas de nível Fundamental e Médio, especialmente na área de Língua Portuguesa, para que, na volta às aulas, incentivem os estudantes a participarem da competição, visto que uma de suas finalidades é promover o surgimento de novos talentos, além de valorizar a criação poética e divulgar a poesia.
Julgamento e premiação
Os poemas inscritos serão avaliados por uma Comissão Julgadora nomeada pela Diretoria da ASLe, cuja decisão será soberana. Cem obras serão classificadas para comporem um livro, a ser lançado no encerramento do concurso. Haverá premiação em dinheiro para os três primeiros colocados da categoria adulto, sendo R$ 1.500 para o primeiro lugar, R$ 1.000 para o segundo e R$ 500 para o terceiro. Já às demais categorias serão conferidos troféus e certificados.
Os dez primeiros classificados de cada uma das três categorias do concurso ganharão um exemplar do livro com a coletânea do XXV Prêmio Moutonnée. Exemplares adicionais poderão ser adquiridos durante a Cerimônia de Premiação ou, após, através do site da ASLe. O XXV Prêmio Moutonnée de Poesia conta neste ano com patrocínio das Lojas Cem e apoio da empresa Even3 de plataforma digital.
As inscrições são gratuitas, mas deverão ser feitas exclusivamente através do link www.even3.com.br/PremioMoutonneedePoesia e o Regulamento completo encontra-se disponível no site da Academia Saltense de Letras: www.asle.net.br. A Cerimônia de Premiação acontecerá em Salto, no dia 25 de novembro de 2017, em local e horário a serem definidos.
Evento discutirá literatura infantil e homossexualidade
A acadêmica Rose Ferrari, jornalista e editora de livros, ocupante da cadeira nº 38, que homenageia o escritor Mário Quintana, levará à Academia Saltense de Letras, na reunião do dia 02 de setembro, às 10h, a discussão sobre o tema “Literatura Infantil e Homossexualidade – O que as crianças podem ler na escola?”. O evento contará com uma palestra, seguida de debate com a participação de Mércia Falcini e Milta Alves Ribeiro Maron.
Rose Ferrari é pós-graduada em Português: Língua e Literatura pela Universidade Metodista de São Paulo e essa foi a temática que sustentou seu estudo científico. Mércia Falcini é pedagoga, psicopedagoga e mãe facilitadora do Grupo de Pais de Homossexuais (GPH). Já Milta Alves Ribeiro Maron, é pedagoga, bacharel e licenciada em Ciências Sociais e supervisora de ensino da Rede Oficial de Ensino do Estado de São Paulo.
O evento, gratuito e aberto ao público, acontecerá na Biblioteca Municipal de Salto (Praça Paula Souza, 30 – Centro).
Vídeo da Semana Cultural Ettore Liberalesso
No link abaixo, é possível acessar o video com um resumo das atividades da Semana Cultural Ettore Liberalesso. Link: https://youtu.be/DCjGWzlicHA .
Pesquisador conta detalhes exclusivos sobre trajetória de Lampião em palestra na ASLe
Com uma memória p
rivilegiada e domínio destacado sobre a história do cangaço no Brasil, o pesquisador e escritor José Sabino Bassetti, de 76 anos, encantou, na manhã deste sábado (6), membros da Academia Saltense de Letras (ASLe) e convidados com palestra sobre o tema.
Intitulada “Lampião e o Fenômeno do Cangaço no Brasil”, a exposição trouxe detalhes exclusivos sobre a trajetória de Virgulino Ferreira da Silva, conhecido popularmente pelo apelido de Lampião, que foi o principal e mais conhecido cangaceiro brasileiro.
É o caso, por exemplo, do fato de que Lampião nunca trabalhou na vida, embora tenha sido artesão até os 20 anos. Ao contrário da maioria dos cangaceiros também, ele era alfabetizado. “Lampião pode ter sido tudo nesta vida, mas burro ele não era”, disse o pesquisador.
Dispensando o microfone por ter voz forte, Bassetti falou por quase duas horas como se conversasse com amigos na varanda de casa e essa intimidade deu aos presentes a impressão de que tivessem presenciado as cenas, afirmou João Milioni, escritor responsável pela organização.
A palestra estava programada havia seis meses e foi proposta pelo escritor por ele ser um apaixonado pela vida de Lampião e o cangaço. “Eu sabia que Bassetti tem tantos conhecimentos a respeito que achei que seria interessante dividir isto com os colegas da ASLe”.
José Sabino Bassetti é um estudioso sobre o cangaço desde os anos 60 e é autor de “Lampião – O cangaço e seus segredos” (Nova Consciência, 2015) e “Lampião, sua morte passada a limpo” (Nova Consciência, 2011), esta última com Carlos Cesar de Miranda Mengale.
Testemunha ocular
“Tive oportunidade de conhecer pessoas envolvidas com o cangaço, parentes de quem esteve lá também e outros que estiveram próximos das principais cenas desse movimento, além de ter ido aos locais de batalhas, principalmente onde Lampião morreu”, disse Bassetti.
Só na Grota do Angico, fazenda em Porto da Folha, sertão de Sergipe, palco da última batalha entre Lampião e as chamadas Volantes (grupos de policiais), que culminou com a morte do líder e da sua conhecida companheira Maria Bonita, em 1938, ele visitou nove vezes.
“Fui para lá com um dos pol
iciais que participaram da emboscada ao bando e medi com uma trena a distância entre os locais onde membros do grupo estavam para definir detalhes que comporiam os meus livros sobre o tema e ouvi do policial tudo como aconteceu”, afirmou.
Em 27 de julho de 1938, Lampião e vários cangaceiros foram surpreendidos pela volante do tenente João Bezerra, auxiliada pelos militares aspirante Francisco Ferreira de Melo e o sargento Aniceto Rodrigues, e nove deles morreram com Lampião e Maria Bonita.
O pesquisador disse que não houve resistência à emboscada. “O que se pode chamar de resistência foi que os 23 que escaparam fugiram atirando, mas era correr, olhar trás e dar tiro só”. Curiosamente, após o episódio, nenhum dos que escaparam cometeram mais crimes.
Bassetti afirmou que vários deles ajudaram a polícia a desvendar detalhes sobre o bando em uma espécie de delação premiada. “No sertão, o ódio não tem pressa. Muitos deles se vingaram de desafetos dentro do próprio bando com as suas delações”, afirmou.
Os 11 mortos –além de Lampião e Maria Bonita, morreram Quinta-Feira, Luís Pedro, Mergulhão, Manoel Miguel (Elétrico), Caixa de Fósforo, Enedina, Cajarana, Moeda e Mangueira- tiveram as cabeças arrancadas e levadas para Alagoas como troféus.
Mitos desfeitos
“As cabeças foram conservadas em latas de querosene com sal, cal e aguardente”, disse o pesquisador. Para muita gente, Maria Bonita estaria viva quando fora decepada. “Mas isso não é verdade. É mito. Ela levou um tiro na barriga. Depois outro nas costas. Ninguém sobrevive”.
Outro mito que Bassetti desfez foi que Lampião teria escapado da emboscada e acabado morto depois, porque sua cabeça estava muito deformada. Na verdade, ela ficou assim após um dos policiais bater com a coronha do fuzil com força e com muita raiva.
Ele desfez o mito ainda de que os cangaceiros tivessem sido envenenados antes de morrer. “Não foram não. Os policiais colocaram creolina nos corpos para evitar disseminação de doenças”. A atitude levou alguns urubus a morrer intoxicados depois de comer a carne.
Uma das mais conhecidas lendas sobre Lampião, segundo Bassetti, é a que diz que seus companheiros de cangaço deram esse apelido a ele, porque atirava tão rápido (como se fosse uma metralhadora) que a ponta de seu fuzil ficava vermelha, parecendo um lampião.
Mas o pesquisador e escritor fez uma revelação que responde à questão que sempre vem à tona quando se fala de Lampião: ele foi herói ou bandido? Para Bassetti, é difícil dizer quem mais prejudicou o nordeste, se Lampião, padre Cícero ou Antônio Conselheiro.
A afirmação reflete uma vida dedicada a pesquisas sobre a trajetória e toda a repercussão dos atos de Lampião, passando pelos desses líderes, sobre a população sofrida do nordeste e sobre as esperanças e sonhos de um povo que não foi aquinhoado com muitas chances.
Legendas: Na foto 1, José Sabino Bassetti empolga-se na descrição das ações de Lampião. Na foto 2, responde a perguntas da plateia. Na foto 3, concede entrevista para a TV Taperá.
Academia de Letras promove dois eventos em maio
A Academia Saltense de Letras (ASLe) realizará dois eventos voltados à literatura no mês de maio: a palestra “Lampião e o fenômeno do cangaço no Brasil”, do escritor José Sabino Bassetti, no dia 6, às 10h, na Biblioteca Municipal de Salto (Largo Paula Souza, 30); e o Sarau de Outono, no dia 18, às 19h30, no Clube de Campo Saltense (R. Mal. Deodoro, 2345 – Jd. Nações). Ambos são abertos ao público em geral, sendo a primeira gratuita e o segundo por adesão.
Na palestra, José Sabino Bassetti, piracicabano de nascimento e saltense por adoção, apresentará aspectos da extensa pesquisa sobre a história do cangaço, que realiza desde os anos 60. Ele é autor das obras “Lampião – O cangaço e seus segredos” (Nova Consciência, 2015) e “Lampião, sua morte passada a limpo” (Nova Consciência, 2011), esta última em parceria com Carlos Cesar de Miranda Mengale.
Já o Sarau de Outono será um evento destinado à confraternização e ao compartilhamento do trabalho desenvolvido por escritores, acadêmicos ou não. No espaço gentilmente cedido pelo Clube de Campo Saltense, todos os que desejarem poderão apresentar poemas, crônicas, música, teatro etc. A adesão custa R$ 25,00 por pessoa e deverá ser feita na hora. Esse valor dá direito ao rodízio de pizza que será servido (bebidas à parte). O local conta com estacionamento disponível aos participantes do Sarau.