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Escritora Toni Tordivelli afirma que sua paixão é contar histórias

Professora de profissão, ela escreve crônicas diariamente e prepara um novo livro com as histórias da sua infância

 

A escritora Toni Tordivelli, que também é professora e que se considera realizada

 Titular da cadeira 8 da Academia Saltense de Letras, patrono Gonçalves Dias, a bauruense Toni Tordivelli se considera uma contadora de histórias, principalmente as que envolvem as aventuras da sua mãe, Dona Mariquinha, que foi, segundo ela, à frente do seu tempo: “Ela não era só uma peça, mas o teatro todo”.

A primeira dessas aventuras, que ela conta se divertindo ao estilo da mãe, foi o próprio nascimento. “Nasci à meia-noite entre os dias 12 e 13 de janeiro de 1945. Poderia ser qualquer um dos dias a data do meu nascimento, mas minha mãe escolheu 13”. E ela veio ao mundo ainda pelas mãos da avó materna Maria Antônia Sampaio.

Famosa como parteira em Bauru, a avó era uma portuguesa que tinha vindo da Ilha da Madeira e sabia como fazer partos. Toni conta que seu pai ficou tão feliz com o nascimento que ofereceu bolinhos de miolo para amigos a fim de comemorar. “Como característica da época, minha mãe disse que eu era um bebê muito alegre”.

A alegria seguiu com ela pela vida e pode ser entendida por uma frase que a escritora faz questão de repetir: “Dizem que a gente nunca realiza todos os sonhos, pois eu não concordo. Realizei tudo o que sonhei na minha vida. Estudei, falo inglês, morei fora, me casei com um antigo namorado há 62 anos. Tenho filhos, netos, bisnetos”.

Toni Tordivelli conheceu países em todos os continentes. O único lugar que não quis conhecer foi o Ártico, porque não gosta de frio. “Amo viajar e conhecer pessoas e lugares”. Para ela, as viagens trazem conhecimento e cultura e ajudam na hora de escrever ou de contar as histórias para as outras pessoas que não foram.

Hoje a escritora se dedica a escrever uma crônica diária para a rede social, de onde saiu o livro “Bom dia, Faces”, que já está no terceiro volume. “São crônicas do cotidiano”. Ela ainda quer resgatar a infância em outro livro de crônicas. “Quero mostrar como cresci e como superei as dificuldades que foram aparecendo”.

A escritora cresceu em uma casa da Rua Batista de Carvalho, em Bauru. Aos 6 anos teve de se mudar para um cortiço. A paixão pela literatura a ajudou. “Fazia redações e trabalhos de português em troca de panos de amostra dos bordados que tinha de fazer” e, com isso, passou a divulgar os seus trabalhos literários.

Se não costurava (“Até hoje não sei nem pregar um botão”), a infância pobre a fez se esforçar mais. Graças ao empenho do pai Vicente Leite de Senna, que madrugava na fila do então prefeito Nicolinha, ela conseguiu uma bolsa para estudar no Colégio São José, que era um dos mais importantes de Bauru na época.

Chegou à Faculdade Sagrado Coração de Bauru, onde fez letras com inglês. Depois fez pós em administração e o curso Proficiency in english na Universidade do Michigan. Formada, deu aulas e escreveu uma “Green Card Your Link With The World”, que é uma gramática em inglês para o ensino médio com exercícios e textos.

Aos 78 anos, a escritora diz que agora sua preocupação é procurar fazer atividades que a ajudem a se manter lúcida. Por isso ela lê muito, principalmente os clássicos. “Amo reler os clássicos. Devoro livros de suspense e biografias. Gosto de livros de história e de cultura de outros países e lugares”, conta.

Quando não está lendo ou escrevendo, Toni Tordivelli visita os filhos e netos espalhados pelo mundo, onde aproveita para conhecer restaurantes e de vez em quando ainda faz palavras cruzadas em português e em inglês e borda vagonite em fita. Por fim, não deixa de participar de reuniões ligadas à sua profissão.

Marco Ribeiro se prepara para lançar ainda este ano um livro de crônicas

‘Um Dedinho de Prosa’ vai trazer os melhores textos publicados por ele na imprensa nos últimos cinco anos

O escritor e professor Marco Rafael Leite Ribeiro

O escritor e professor de história e sociologia, com pós-graduação em sociedade e cultura e em ensino de geografia, Marco Rafael Leite Ribeiro, titular da cadeira nº 1 da Academia Saltense de Letras, patrono Ettore Liberalesso, prepara o livro de crônicas “Um Dedinho de Prosa” (título provisório) para lançar ainda neste ano.

Esta será a primeira publicação solo que ele fará nesse formato, embora já produza trabalhos para livros com outros autores e para revistas e jornais há mais de cinco anos. O escritor também usa as plataformas digitais da Academia Saltense de Letras e do Museu da Música de Itu para divulgar os seus textos, principalmente crônicas.

Aos 30 anos, completados na quinta-feira (12), Marco afirma que desde criança tem uma grande paixão pela escrita, antes utilizada para relatar curiosidades das mais diversas áreas que ele viveu ou soube e agora para a produção de artigos, e ele reforça que sempre gostou de transformar situações do cotidiano em crônicas.

Marco Rafael Leite Ribeiro também tem mais dois projetos na área da literatura: o primeiro é lançar outro livro, este abordando estudos científicos, e o segundo é ampliar o projeto de divulgação de seus textos para a via digital, com o fim de aproveitar um tipo de leitor que está cada vez mais presente, sobretudo entre os jovens.

O escritor se define como um cronista que se aventura a escrever ensaios na área da história para publicações e que não tem medo e, por vezes, se arrisca a expor suas ideias ao público, seja em jornal impresso ou pelas redes sociais, mas sempre no intuito de levar informação e consciência crítica para os leitores.

A preocupação com a comunidade já estava nos seus planos desde criança, em Itu, onde nasceu e viveu até os 13 anos. Tanto que o sonho dele era se tornar padre, mas a vida o levou para outros caminhos. Acabou se casando e hoje é pai de gêmeos. “Deus tinha outro propósito para a minha vida e sou feliz com isso”.

Depois de Itu, Marco Rafael Leite Ribeiro se mudou para o Jardim Saltense, em Salto, onde cresceu e se desenvolveu. Após a eleição, se transferiu para Cabreúva, onde atua como secretário de Cultura e Turismo da Prefeitura, e ainda é professor de história e geografia e faz a coluna semanal “Um dedinho de prosa” no jornal Primeira Feira.

Entre os registros que fez de suas vivências, o escritor relata as condições do dia em que nasceu. “Vim ao mundo às 2h10 da madrugada de 12 de janeiro de 1993. Era um dia em que chovia muito. Minha mãe, uma menina de apenas 15 anos, teve as dores do parto por dois dias. Mas nasci um bebê fofinho e cheio de dobrinhas”.

Curiosamente, a avó Irene, hoje falecida, ligava para ele em todos os aniversários sempre no horário em que ele nasceu. Ela sempre esteve presente na sua vida. A outra avó Dilva também. O nome que ganhou foi escolha do pai, Marco Ribeiro, só que ele Marco Antônio Ribeiro. “Eu era um bebê que só chorava se fosse incomodado”.