“As palavras sempre me atraíram demais. Quando criança, eu fazia jogos com as palavras. Sem saber, estava praticando poesia. Mas foi um professor que tive no ensino médio no Colégio Anglo em Campinas, o saudoso professor Severino, que me fez gostar de poesia”, contou a acadêmica Marilena Matiuzzi, cadeira 39, patronesse Cora Coralina.

A busca pela memória aconteceu na manhã deste sábado (3), logo depois da reunião ordinária da Academia Saltense de Letras, da qual a acadêmica também é vice-presidente, no espaço “Momento Literário”, criado pela presidente Anita Liberalesso Néri para falar de literatura, que é o principal o objetivo da criação da academia de letras.

Marilena contou como foi o seu processo criativo para produzir o seu segundo livro de poesias “Sentires”, lançado em junho deste ano. Ela também falou sobre como vê a poesia e como sempre tratou a sua produção nessa área, que ainda era desconhecida para muitas das pessoas que a cercam e que a acompanham na vida acadêmica.

“Para mim, poesia é uma emoção conjugada com a escrita. Eu gosto da poesia que não gira só em torno da poesia. Meu professor Severino dizia que a gente não tem de pensar para escrever. Tem de escrever e depois pensar sobre o que escreveu. É assim que a poesia flui, que ela surge no meu processo criativo. É como uma mediunidade”.

A escritora contou que outras pessoas a ajudaram a entender a poesia e a concebê-la. “Eu era muito amiga do ex-secretário de Cultura de Salto Marcos Pardim, que também é poeta, e ele me incentivava. Um dia ele me apresentou Hilda Hilst e eu me tornei amiga dela de frequentar a casa. Também conheci Caio Fernando Abreu”.

Essas experiências com produtores de poesia que são expressões no cenário literário brasileiro a fez se aprofundar no tema. Marilena agradeceu ainda a acadêmica Anna Osta, cadeira 2, patronesse Rachel de Queiróz, que a incentivou também a escrever o primeiro livro de poesia “Inquietações”, em 2011, e a se ver como poeta.

A editora do livro “Sentires” e acadêmica Rose Ferrari, cadeira 38, patrono Mário Quintana, que dirige a editora Mirartes, disse que Marilena é poeta de primeira grandeza, comparada aos grandes nomes do gênero. “Ela só não é famosa ainda como os outros, mas seus textos têm o nível de excelência deles sem dúvida”, disse na apresentação.

Marilena Matiuzzi afirmou que seu primeiro livro chegou a ser apresentado na Academia de Letras de Sanremo e de Gênova, na Itália, e já inspirou estudantes em trabalhos escolares. Disse também que ficou lisonjeada com o elogio da poeta Vírginia Liberallesso, que afirmou que ela tinha um refinado processo de descolamento de sentimentos.

Para o futuro, a escritora disse que espera persistir no gênero da poesia, porque gosta muito. “Sou apaixonada por poesia. Perdi tempo com a política (ela foi vereadora por dois mandatos e a primeira mulher candidata a prefeita de Salto), mas agora vou me dedicar mais a essa área”. Marilena é advogada e pinta quadros artísticos.

 

 

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