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ASLe lança coletânea elaborada a partir do eixo do meio ambiente

São textos de 28 acadêmicos, entre poesias, crônicas e contos, que serão apresentados ao público no sábado, 5 de novembro

 

Capa da coletânea que será lançada no sábado (5)

A Academia Saltense de Letras lança no sábado, 5 de novembro, a partir das 10h, na Biblioteca Municipal de Salto, a antologia Natureza, eu, tu e ela, produzida pela editora Mirarte, que reúne poesias, crônicas e contos escritos por 28 dos seus acadêmicos.

O livro é um mosaico das diferentes visões sobre a preservação do meio ambiente, como se encaram os elementos que compõem a natureza e as inúmeras maneiras de se estabelecer um paradigma à altura da importância para o cuidado com os biomas.

O prefácio é de Ruben Osta, presidente da Comissão do Meio Ambiente do Rotary Club de Salto, que faz relato histórico sobre a conceituação do meio ambiente, sua preservação e importância nas ações governamentais, culminando com a visão dos acadêmicos.

Para o prefaciador, o leitor poderá apreciar uma aventura coletiva dos acadêmicos, que apresenta “o olhar poético de amor ao meio ambiente, com as estações do ano a propiciarem um passeio na floresta, frutas e frutos e um céu sem limites sobre o Rio Tietê”.

A presidente da Academia Saltense de Letras, Anita Liberalesso Nery, disse que a produção literária dos acadêmicos não para. Seja individual, por meio dos vários lançamentos que estão acontecendo, seja por meio de coletâneas como Natureza, eu, tu e ela.

Capas das outras coletâneas já lançadas

Trabalho para que as pessoas contem suas histórias, afirma Rose Ferrari

Titular da cadeira 38 da Academia Saltense de Letras, a aniversariante desta quarta (2) se divide entre a sua produção e a dos clientes da sua editora, a Mirarte

A escritora Rose Ferrari, proprietária da editora Mirarte

Perguntada sobre a sua relação com a literatura, a escritora Rose Ferrari, titular da cadeira 38 da Academia Saltense de Letras, patrono Mário Quintana, que aniversaria nesta quarta-feira (2), define rapidamente: “Trabalho para que as pessoas escrevam, para que contem suas histórias e para que deixem registradas suas experiências neste mundo tão diverso”.

É que Rose Ferrari também é empresária do ramo editorial e tem uma editora, a Mirarte, desde 2012, que já foi responsável pela produção de dezenas de títulos desde lá, entre infantis, romances, biografias, antologias de poesias, crônicas e contos, além de livros-reportagem e de estudos acadêmicos, e tem de se dividir entre a sua produção literária e a dos clientes.

A sua produção neste momento é um livro de ficção que deve se chamar Gabiroba. A obra vai tratar do estigma causado nos portadores de doenças mentais. Mas ela já adianta que não tem tido muito tempo livre para se dedicar à escrita. Portanto, não tem prazo para o lançamento. Quem a conhece, sabe do seu padrão de exigência, o que justifica não fixar uma data.

“Sempre me preparei para tudo o que me dispus a fazer”, explica a escritora. Prova disso é que, graduada em jornalismo pela Universidade Metodista de Piracicaba, fez mais duas pós pela Metodista de São Paulo, em português: língua e literatura e outra, status de MBA, de gestão de mídias digitais, com base em estudos geracionais do sociólogo húngaro Karl Mannheim.

Da primeira pós resultou um estudo sobre Análise do Discurso e o artigo científico “Obras literárias infantis com temática homoafetiva nas escolas”. Da segunda, cujo intuito foi antecipar tendências sobre o comportamento de leitores nascidos entre os anos 1946 e 1964, culminou com o artigo científico “Hábitos de leitura da geração baby boomer no ambiente virtual”.

Fome por conhecimento

Toda essa formação consolidou uma trajetória trilhada pela escritora desde os seus primeiros anos. “Sou fascinada pelo conhecimento. Aprender sempre é que o que me realiza. É para isto que estamos aqui: para nos tornarmos melhores”, afirma. A essa missão ela acrescentou outra agora: ajudar o maior número possível de pessoas a lançarem seus livros.

O que faz Rose Ferrari se mover no mundo dessa forma incisiva e que já nasceu com ela é uma busca incessante por realizar, compreender e aprender. Só para se ter uma ideia, ela começou a falar com apenas 11 meses e o que fez com essa habilidade encantou a todos os seus vizinhos: ela repetia para eles as historinhas que ouvia da mãe. “João e Maria era minha favorita”, revela.

A escritora foi uma criança curiosa. Disso resultaram muitas chineladas em virtude das travessuras. Uma delas, que a diverte até hoje, foi rasgar um sofá novinho em folha com gillette para ver como era por dentro. Outra: desmontar o choro da boneca para saber o funcionamento. Mais uma: sumir com a tia Conce, de oito anos, para conhecer a fonte luminosa da Praça XV.

Saltense de nascimento, mais uma que veio ao mundo na antiga maternidade, onde hoje é o Atende fácil, Rose Ferrari se orgulha de ter tido uma infância deliciosa, como define, na Salto dos anos 60/70, cidadezinha tão pacata que tinha apenas um policial e que não passava de 23 mil habitantes. Foi a professora Maria Bernadete Ferrari que abriu a ela as portas do saber.

Aos 6 anos de idade, fingindo que já sabia ler

Adaptações sempre

Primeira filha, estudou no Externato Sagrada Família, o Coleginho, tida como a melhor escola particular da época. Mas, com a chegada das irmãs (são três), teve de se adaptar em escolas públicas. Teve também de se mudar para Itu e passou pelo Regente Feijó. Mais tarde voltou para Salto e estudou no Paula Santos e no Leonor Fernandes da Silva, concluindo o ensino médio.

Adaptar-se sempre foi uma jornada sem escolha. As condições financeiras mais difíceis da família com mais filhos, forçou a escritora a trabalhar para pagar a faculdade e o transporte. “Sequer sonhávamos com políticas públicas que permitiram a pobres chegar ao ensino superior, como o Exame Nacional do Ensino Médio, a lei de cotas sociais e o financiamento estudantil”.

Mas uma adaptação, não conseguiu. Ela adora cantar e gostaria muito de ter aprendido a tocar violão para se acompanhar nas cantorias. Tentou e não conseguiu. Nem mesmo a força motriz da sua vida, a indignação, ajudou, “É meu sonho frustrado”. Mesmo assim, aos 59 nos, empresta de Rita Lee: “Enquanto estou viva e cheia de graça, talvez ainda faça um monte de gente feliz”.

Dia Nacional do Livro é dia de incentivar a leitura e enfatizar os autores

Capa de Frankenstein, de Mary Shelley, primeiro livro de ficção da história

Neste 29 de outubro se comemora no Brasil o Dia Nacional do Livro, uma data que hoje serve para incentivar a leitura não só de livros impressos ou digitais, mas também de jornais e revistas.

A data foi criada em 1810 em comemoração à fundação da primeira biblioteca brasileira, a Real Biblioteca, no Rio de Janeiro. A escolha considerou o fato de a cidade ser a capital do país à época.

Nesse dia houve a transferência da Real Biblioteca Portuguesa para o Brasil, que se tornou a Biblioteca Nacional. Além de livros, havia manuscritos, mapas, estampas, moedas e medalhas.

O Dia Nacional do Livro é uma data que merece ser celebrada por escritores e por leitores devido à importância da leitura para a formação do indivíduo e para o seu deleite pessoal.

Daniel Pennacchioni, conhecido como Daniel Pennac, escritor francês ganhador do Prêmio Renaudot de 2007 pelo seu romance autobiográfico Mágoas de escola, diz que a leitura induz ao prazer.

De fato, lemos por três razões principais: o prazer, a informação e o conhecimento. Embora as três se misturem ao longo de cada obra, os livros que dão mais prazer são os de ficção.

Olhar do autor

A vida que ninguém vê, na qual a autora mostra o prazer de ver com olhos do autor

Eliane Brum, jornalista e escritora gaúcha, uma das mais premiadas do país, trabalha bem essa questão do prazer que o leitor consegue ter ao olhar a partir do olhar do autor.

Em seu livro A vida que ninguém vê, da Arquipélago Editorial, ela chama a atenção para pequenas histórias reais sobre o que classifica de desacontecimentos e pessoas que não seriam notícia.

A exemplo de Eliane Brum, a leitura de ficção é um prazer com boas histórias. Por isso, a Academia Saltense de Letras selecionou 20 bons livros como dicas. A escolha se baseou nas histórias.

O primeiro deles é Frankenstein, de Mary Shelley. Ela foi a primeira autora de ficção científica do mundo. Muitas vezes chamado de terror, Frankenstein inaugurou a ficção científica em 1818.

A partir dele, surgiu a literatura de ficção e se seguiram:  Kindred laços de sangue, de Octavia Butler; Farenheit 451, de Ray Bradbury; e Admirável mundo novo, de Aldous Huxley.

Há também Um estranho numa terra estranha, de Robert A. Heilein; Duna, de Frank Herbert; 2001: Uma Odisséia no Espaço, de Arthur C. Clarke; e Eu, robô, de Isaac Asimov.

Distopias e inspirações

Não podem ficar de fora da lista Andróides Sonham Com Ovelhas Elétricas? (Blade Runner), de Philip K. Dick; O guia definitivo do mochileiro das galáxias; e Os despossuídos, de Ursula K. Le Guin.

Para reforçar a lista: A Invenção de Morel, de Adolfo Bioy Casares; Mugre rosa, de Fernanda Trías; Orgulho e Preconceito, de Jane Austen; e O Pequeno Príncipe – Antoine de Saint-Exupéry

Finalizando as dicas: Dom Casmurro, de Machado de Assis; Um Estudo em Vermelho, de Arthur Conan Doyle; O Processo, de Franz Kafka; e Cem Anos de Solidão, de Gabriel García Márquez.

O livro mais importante dessa seleção de ficção é Nós, do russo Lêvgueni Zamiátin. A história inspirou praticamente todas as distopias, livros e filmes, que se seguiram à sua publicação em 1923.

Ele não chegou a ser adaptado para o cinema, mas detalhes dele vão fazer o leitor lembrar de 1984, Admirável Mundo Novo, Divergente, Jogos Vorazes, O Conto da Aia, Delírio e outros.

Se você gostou dessas dicas ou se tem outros preferidos, não deixe de ler aproveitando a comemoração do Dia do Livro. Ler é uma viagem sem limites para sonhar, aprender e se sentir bem.

Dom Casmurro, um dos conflitos mais discutidos da literatura

Anna Osta prepara mais dois livros, um romance e uma biografia

Uma das fundadoras da Academia Saltense de Letras, em 2008, a escritora faz aniversário nesta quarta (26)

A escritora Anna Osta, que se dedica exclusivamente à literatura

Com um romance em produção sobre memórias de um casamento e uma biografia em fase de lançamento, além de 19 livros publicados nos últimos 20 anos, a escritora Anna Osta, aniversariante desta quarta-feira (26), se define como uma criadora de histórias da vida cotidiana, que visam prioritariamente inspirar pessoas.

Titular da cadeira 2 da Academia Saltense de Letras, patronesse Rachel de Queiroz, ela começou com o romance Betsy, que foi prefaciado pela própria Rachel, uma das maiores escritoras brasileiras e a primeira mulher a ingressar na Academia Brasileira de Letras, em 1977, e a primeira a receber o Prêmio Camões.

Depois de Betsy vieram 18 publicações, contemplando livros infantojuvenis e coletâneas de contos e antologias de poesias, com destaque para o último Minha Garota, de 2019, escrito em parceria com a empresária Adriane Yamin, sobre o relacionamento da empresária com o piloto tricampeão de F1 Ayrton Senna.

A relação de Anna Osta com a literatura é estreita, tanto que hoje ela se dedica exclusivamente à escrita, tendo, além dos livros que escreveu, ajudado, nos últimos dez anos, a promover e a difundir novos autores, fazendo com que cheguem ao mercado editorial e que possam verter suas obras para o papel.

Além do apoio aos novos escritores, ela atua intensamente no incentivo e na promoção da leitura por meio do Clube do Livro de Salto, entidade que ajudou a criar em 2020 com outros quatro apaixonados pela leitura e que vem promovendo encontros, feiras, discussões e outros eventos para divulgar obras e autores.

Anna Osta também ajudou a fundar a Academia Saltense de Letras, em 2008, com outros 15 apaixonados pela literatura, e já presidiu a entidade por dois períodos. Ela integra ainda a Academia Nacional de Letras do Portal do Poeta Brasileiro, para a qual ingressou em 2015 e onde ajuda a divulgar a poesia brasileira.

Nascida em Salto, na franja da grande São Paulo, Anna Osta se formou em jornalismo pela PUC Campinas, tendo exercido a profissão por alguns anos. Aos 25 anos se casou e passou a acompanhar o marido, executivo de multinacional, pela América Latina e Estados Unidos. No retorno, se dedicou à literatura.

Perguntada sobre sonhos que deixou de realizar ao longo da vida por uma ou outra razão, ela disse que gostaria de ter sido piloto de avião, que era seu desejo desde criança. E sobre um sonho que pretende realizar ainda diante do momento atual, Anna Osta não titubeia: “Quero publicar meus livros em outros idiomas”.

Presente de professora fez Jorge Duarte se apaixonar pela literatura

Aniversariante desta quarta-feira (26), o escritor se encantou com o conto de Hans Andersen ‘O Soldadinho de Chumbo’

Jorge Duarte Rodrigues é jornalista de Taperá desde 2005

Aniversariante desta quarta-feira (26), o escritor Jorge Duarte Rodrigues, cadeira 29 da Academia Saltense de Letras, patrono Pablo Neruda, foi incentivado à leitura pelo pai desde pequeno, mas foi a partir do presente da professora Célia Biston, do antigo primário, que se apaixonou definitivamente pela literatura.

Ele ganhou dela um exemplar em capa dura do livro O Soldadinho de Chumbo, o primeiro conto de fadas escrito por Hans Christian Andersen, que foi publicado pela primeira vez em 1838, no qual um boneco, que tem apenas uma perna, se apaixona por uma bailarina, também boneca, e cujo final, curiosamente, não é feliz.

Se o final do primeiro livro que leu não foi feliz, Jorge Duarte teve uma infância bastante feliz. Oriundo de uma família de seis irmãos, que nasceram pelas mãos da parteira Dona Elisa na Vila Nova, em Salto, ele cresceu brincando em um grande quintal, cheio de mangueiras centenárias e um bambuzal banhado por um córrego.

Menino inquieto, jogava bola na Rua Quintino Bocaiuva, que ainda era de terra batida na época, e gostava de ver a descida da boiada rumo ao Matadouro Municipal, que ficava a apenas 50 metros da casa onde morava. “Brincava e me divertia muito com coisas simples que eram empolgantes na minha infância”, relata.

Depois de O Soldadinho de Chumbo, Jorge Duarte conheceu outras obras de vários escritores que o encantaram. Seus preferidos são: Machado de Assis, Carlos Heitor Cony e Paulo Mendes Campos, cronistas que ele devorou a vida toda. E leu ainda a bíblia, o Breviário Romano e revistas cristãs, que o pai assinava.

Agora o escritor prepara um livro que vai reunir uma seleção das crônicas que publicou no jornal Taperá. Desde 2005, de forma ininterrupta, ele divulga suas crônicas quinzenalmente na coluna Proesias. “São 17 anos de publicações. O difícil está sendo a escolha. O livro não terá nem 10% desse conteúdo todo”, diz.

Discurso na formatura do antigo primário, em 1964

Autor da biografia Valter Lenzi – 60 anos de jornalismo, publicado em 2018, Jorge Duarte também fez a apresentação do livro Devaneio – Crônicas e Poemas, dos acadêmicos Lázaro José Piunti e Virgínia Soares Liberalesso e um dos depoimentos que compõem a biografia do médico e deputado saltense Archimedes Lammoglia.

Ao longo da carreira literária, ele foi premiado em vários concursos, sendo um dos principais estar entre os 20 melhores cronistas do Prêmio de Literatura da Universidade Federal Fluminense, de Niterói (RJ), que, ao lado das 20 melhores poesias e 20 melhores contos, compôs a Antologia do Cinquentenário da Universidade.

Outra premiação importante foi ter ficado em primeiro lugar no Festival de Poemas de Cerquilho, promovido pela Prefeitura daquela cidade, concorrendo na categoria prosa, que foi um concurso nacional, do qual participaram cerca de 220 escritores de 19 Estados brasileiros e um da cidade de Saitama, no Japão.

Na Academia Saltense de Letras, Jorge Duarte Rodrigues participou de várias coletâneas. Indicou para integrarem o rol dos acadêmicos a poetisa Virgínia Soares Liberalesso e o seu neto Paulo de Tarso Liberalesso Filho. E ainda indicou, ao lado de Valter Lenzi, o empresário João Marcos Andrietta como Membro Honorário.

Jorge Duarte é jornalista profissional e é também revisor, repórter e editor de Cultura do jornal Taperá. Dirigiu a Distribuidora de Revistas da Editora Abril e foi proprietário da Livraria Bethânia. E foi supervisor-adjunto do Banco do Commércio e Indústria, aprendiz do Senai na Eucatex e auxiliar administrativo na Granja Icaraí.

Formatura do antigo primário no salão social da Cooperativa Operária Saltense

Tudo que quero é continuar escrevendo, revela Gasparini Filho

Gasparini Filho segura o seu livro, uma reunião de poesias e reflexões, lançado em 2012

Conhecido em Salto e na região como a voz do rádio, o escritor Gasparini Filho, que aniversaria nesta sexta-feira (21), tem na literatura uma paixão antiga e intensa e revela que tudo o que deseja fazer para o resto da vida é continuar escrevendo, como sempre fez até aqui.

Titular da cadeira 12 da Academia Saltense de Letras, patrono São Francisco de Assis, ele é autor do livro “Nossos momentos”, mas diz que não se preocupa, por enquanto, em lançar uma nova obra e sim em escrever trovas, poesias, crônicas e contos, principalmente trovas.

Trovador antigo, Gasparini Filho diz que gosta de pesquisar em dicionários para descobrir palavras bonitas e diferentes que possa usar nos seus textos, o que o fez aprender muito ao longo do tempo e que também lhe deu grandes conhecimentos na área da gramática.

Aposentado da profissão de bancário, ele divide o seu tempo hoje na prática da escrita, que entende como um ato solitário, com outras duas paixões mais interativas: a comunicação (comanda programa na FM 90 todas as manhãs) e a oratória (é mestre de cerimônias em eventos).

Há 34 anos, Gasparini Filho comanda um programa diário na rádio FM 90

Gasparini Filho é radialista formado e um estudioso da área. Nasceu na Fazenda Morro Vermelho, em Salto, às 5h de uma sexta-feira de ano bissexto. Fez os primeiros estudos na própria fazenda. Uma característica desse tempo é que era magrelo e muito levado da breca.

Ao lado da literatura, a comunicação e a oratória são suas grandes paixões

Depois estudou o ensino fundamental nas escolas Tancredo do Amaral e Paula Santos, em Salto; o médio na escola Junqueira Ortiz, em Itu, e o superior nas faculdades Anhembi Morumbi, em São Paulo, e Unip (Universidade Paulista), em Sorocaba, além de cursos rápidos no Senac.

Quando jovem, o sonho de Gasparini Filho era ter feito a Escola Militar. “Gostaria de ter estudado o ensino superior lá”. Mesmo sem ter alcançado esse desejo, o escritor se diz uma pessoa feliz com o que conquistou na vida profissional e pessoal. “Mas quero mais”, conclui.

Prazer de contar histórias para crianças produziu a escritora Cynara Veronezi

A escritora Cynara Lenzi Veronezi

Aniversariante desta segunda-feira (17), ela conta que antes de se tornar escritora quase virou arquiteta de profissão

Ela poderia ter sido arquiteta ou mesmo desenhista, porque sempre gostou de projetar ideias por meio dos desenhos. “O desenho está presente na minha vida desde pequena”, diz Cynara Lenzi Veronezi. Mas foi o prazer que descobriu ao contar histórias para crianças que a fez se tornar escritora. A titular da cadeira 18 da Academia Saltense de Letras, patrono Dante Alighieri, aniversariante desta segunda-feira (17), já publicou cinco livros voltados para esse público e os novos projetos não param.

“A minha realização é estar entre os pequenos contando minhas historinhas e vendo em seus olhinhos as suas imaginações embarcarem comigo na mesma viagem. É uma sintonia forte demais, que me emociona”. E ela exercita essa prática todos os dias, desde que se aposentou da profissão de professora, depois de 32 anos de trabalho na rede pública de Salto. “Mergulho todos os dias em projetos e ideias novas, além de encontros e criações, ora escritas, ora gravadas em vídeos, dando vida a personagens”.

A rotina da escritora se divide ainda com a produção de material para a coluna quinzenal que mantém no jornal Taperá para contar histórias infantis também. A coluna “Historinhas” deu origem ao primeiro livro com o mesmo nome. Depois vieram “Historinhas pra contar”, Minha fiel escudeira e eu”, “A pandemia no reino encantado” e “E foi assim que aconteceu… Salto”. Agora está em preparo mais um livro infantil, uma coletânea. “Escrevo sempre essas histórias, pois sei o poder que as histórias têm na vida de cada criança”.

A escritora desenvolve ainda projetos especiais de incentivo à leitura, como prêmios anuais que visam motivar os pequenos a lerem mais. Em breve será realizada a sexta edição do prêmio. Além disso, ela visita escolas frequentemente e interage com os pequenos leitores, colhendo impressões e transmitindo conhecimentos. “A professora continua em mim. Essa relação é muito prazerosa”. No lançamento do último livro, ela levou um ator fantasiado de índio e outros de bandeirantes para a cerimônia. “É o lúdico que me move”.

Atores caracterizados no lançamento do último livro

A trajetória da escritora foi marcada desde criança por uma família voltada às letras. Além do pai, um dos jornalistas mais conhecidos da cidade, que fundou e comanda o “Taperá”, Valter Lenzi, sua mãe, Zuleima, cartorária eleitoral por anos, fazia questão de que a pequena Cynara se interessasse por leitura. “Cresci entre as Ruas Floriano Peixoto e Campos Salles, na Vila Nova. Fiz o fundamental no Paula Santos e no ensino médio cursei magistério no Leonor. Depois fiz pedagogia no ensino superior e me tornei professora”.

A paixão pela literatura infantil a fez participar de vários cursos de qualificação na área também. Mas a escritora se preocupa ainda com os jovens. Por isto, prepara, em paralelo com os livros infantis, um livro sobre depressão, para ajudar principalmente os mais jovens que passam por esse problema. “Ao longo da minha carreira como professora vivenciei muitas histórias de dificuldades nessa área. Quero ajudar pais e mães e esses jovens a enfrentarem da melhor maneira essa situação. É um projeto que quero fazer”.

Piunti prepara livro sobre político que foi marcante na história de Itu

Titular da cadeira 14 da Academia Saltense de Letras, o escritor faz aniversário nesta quinta-feira (13)

 

O escritor é autor de 14 livros atualmente

Nesta quinta-feira, 13 de outubro, Lázaro José Piunti completa 76 anos de vida.

O hoje escritor e poeta prioritariamente, titular da cadeira 14, patrono Castro Alves, da Academia Saltense de Letras, prepara um novo livro.

Vai falar da vida e da saga do político de Itu Galileu Bicudo, que foi marcante para a história da cidade no final da década de 40, depois 50 e 60, como vereador, prefeito e deputado estadual.

O homenageado foi perseguido pelo regime militar. Tão logo se elegeu prefeito, foi impedido de tomar posse e perdeu os direitos políticos por dez anos, sob a acusação de ter praticado crime contra o regime. A punição foi revertida depois.

Recentemente, Galileu Bicudo foi elevado à condição de Prefeito Honorífico por tudo que viveu e que representou para a cidade.

Esse será o 15º livro da carreira de escritor e poeta de Lázaro José Piunti. Entre romances, ensaios, crônicas e poesias, alguns de seus trabalhos ganharam tradução para o inglês, espanhol e italiano, o que o torna um escritor internacional como poucos brasileiros. Ele escreveu a sua primeira poesia aos dez anos.

Todos os livros tiveram a sua renda revertida para entidades filantrópicas, assistenciais, ONGs e comunidades indígenas.

 

Batalhador

Caçula de uma família de 12 irmãos, filhos dos lavradores imigrantes italianos Domingos e Carolina Piunti, o escritor sempre foi um batalhador para conquistar o seu espaço.

Tornou-se advogado pela Faculdade de Direito de Itu, fez duas pós-graduações em Sistemas de Gestão Integrados da Qualidade, Meio Ambiente e ainda Segurança do Trabalho e Responsabilidade Social. Também se formou em um curso especial de teologia voltada para leigos.

Advogou em defesa de trabalhadores em Itu, Salto, Porto Feliz, Rafard, Capivari e Jundiaí, além de duas federações estaduais.

Foi o mais jovem presidente eleito de um sindicato de trabalhadores da América Latina, com 19 anos, e como oposicionista.

Mas foi na política que se tornou conhecido primeiro e onde se realizou primeiro.

Piunti é um dos políticos mais ativos, ousados e polêmicos da história ituana. Foi prefeito por quatro mandatos não consecutivos, entre 1973 e 2004, emendando o primeiro grande feito na área, o de tornar-se o mais jovem vereador da história de Itu, aos 22 anos, em 1968, quando a função não tinha salário como hoje. Mesmo como prefeito foi o mais jovem de Itu, com 26 anos na posse.

Com isso, projetou o seu nome no cenário político estadual para sempre. Foi vice-presidente da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do governo do Estado, a CDHU, por dois anos, na gestão do governador Mário Covas (PSDB).

 

Bandeiras

Ao longo desses mandatos e cargos, não hesitou em defender projetos que considerava importantes, como a implantação da Estrada Parque Apa Itu Rio Tietê, ou de desapropriar áreas para construir o Parque do Varvito ou de baixar a tarifa do transporte coletivo, tornando-a mais baixa do Estado, em 2004.

Quando o governador Covas morreu, em 6 de março de 2001, Piunti decretou luto em versos por meio do decreto 20, publicado no dia.

“Forma gélida, maneira clássica, expressão formal de justificar a edição de um decreto. Não! Pelo menos desta vez! Uma frase é suficiente: morreu um homem de bem! E por essa razão, justificadas razões comportam a decretação comovida do tríduo de luto em toda a urbe ituana. Em 6 de março de 2001, voou para Deus o peregrino da existência, o apóstolo do bem comum, o arauto da dignidade: Mário Covas Júnior”, escreveu no texto legal.

A essa altura já era um nome respeitado no PSDB estadual e já integrava o diretório de São Paulo, mas não hesitou em denunciar irregularidades na CDHU contra o comando do órgão e de deixar o cargo por causa disso.

 

Quando prefeito, Piunti criou o Conselho do Povo 

Transparência

Sabia que a atitude o faria romper com vários segmentos políticos, mas não se importou. Como diz em uma frase de Santo Agostinho, que ostenta em suas redes sociais: “Os maus não são bons porque os bons não são melhores”, ele defende que temos de assumir a responsabilidade por tudo o que acontece ao nosso redor.

Piunti sempre foi um defensor da transparência, tanto que um de seus primeiros atos, em 1973, como prefeito de primeiro mandato, foi criar a assessoria de imprensa na Prefeitura. Ocupada pelo conhecido Paulino Domingos Piotto, um carteiro aposentado, jornalista prático e historiador, ela o ajudou a levar informação sobre os atos do governo para o povo. Detalhe: o cargo não tinha salário. Também criou o Conselho do Povo para ouvir reivindicações e transformá-las em atos.

O escritor é um dos fundadores da Academia Saltense de Letras, da Academia de Letras de Araçariguama e Região e da Academia de Letras de Iperó e integra a Academia Cristã de Letras, de São Paulo. É casado com a vereadora ituana e ex-deputada Maria do Carmo Piunti (PSC), tem três filhos, cinco netos, duas netas e duas bisnetas. É torcedor do ituano e do Palmeiras desde criança. Toda a sua família é palmeirense. Ele, é fanático.

Kátia Auvray afirma que o seu sonho não realizado era ter sido piloto de avião

Kátia Auvray no seu primeiro ano de vida

Quem ouve a escritora Kátia Auvray, aniversariante desta segunda-feira (10), dizer que o seu sonho não realizado era ter sido piloto de avião, pode até se assustar com algo tão ousado, mas quem a conhece não se espanta, pois a ousadia é marca que sempre esteve presente em sua vida.

Só para se ter uma ideia, com a ajuda de vizinhos em Belo Horizonte (MG), onde nasceu, com apenas 18 meses de vida, a escritora já fugia de casa e andava por todos os lados da vizinhança só para conversar. “Eu era muito sociável na infância”, conta. E para quem duvida, ela tem fotos para provar.

“Já tinha todos os dentinhos aos seis meses”, relembra.

A titular da cadeira 16, patronesse Cecília Meireles, da Academia Saltense de Letras, teve uma infância alimentada pela literatura, ouvindo histórias maravilhosas, como ela classifica, contadas pelo pai e, depois que aprendeu a ler, nunca mais parou com sua fome por conhecimento.

Não foram só as histórias contadas pelo pai e a sua curiosidade por conhecer coisas novas que moldaram a infância da escritora. Ela era observadora e se encantava com o que outras achavam normal, como a vaquinha, um caminhãozinho que vendia leite de porta em porta.

“Minha avó materna levava uma vasilha de vidro e o vendedor colocava o leite ali. O caminhãozinho passava na rua onde ela morava em BH e eu ia junto”, revela, se recordando com saudade daquele tempo e do quanto aquela cena a impactava quando criança.

Essa infância independente, Kátia Auvray viveu em Belo Horizonte, mas morou também e cresceu entre o Rio de Janeiro, Niterói e São Paulo. Na adolescência, viveu ainda em Salvador, na Bahia. Estudou em várias escolas divididas entre públicas, particulares, religiosas e não religiosas. 

Ao cabo dessa trajetória, tornou-se professora de história, depois pesquisadora na área. Além disso, é pianista e, nos últimos 15 anos, tem se dedicado aos estudos holísticos. A escritora atua hoje por meio de terapias complementares e não invasivas, como o reiki e os florais.

Embora não tenha nenhum projeto literário no momento, assegura que, para produzir, é movida pela indignação. Então, a qualquer momento pode haver a erupção do seu vulcão criativo. Afinal, o que a realiza é a produtividade e o estudo, que renovam sempre o seu pensamento.

Autora de “Cidade dos esquecidos”, que retrata o antigo leprosário do Pirapitingui, em Itu; a escritora tem várias outras obras, como a coleção “Magia da história”, com cinco livros infanto-juvenis sobre a história de Salto; e “Um lugar chamado Brasil”, sobre o bairro de mesmo nome em Itu.

Também escreveu “Vila Santa Terezinha, que retrata o bairro com esse nome em Itu, “Reflexões”, com notas sobre grandes temas; e tem participação nas coletâneas “Roda Mundo, em Sorocaba, e várias da ASLe, além de centenas de artigos e ensaios para a revista Campo & Cidade e para o antigo site Itu.com. 

Conhecida pela música, Célia Trettel faz estreia na poesia com ‘Alma desnuda’

“É incrível como a poesia da Célia casa perfeitamente com a música dela”.

A frase é de Rose Ferrari, editora do primeiro livro de poesia da multiartista Célia Trettel, convidada deste sábado (7) para a Sala de Visitas, um encontro com pessoas ligadas às artes, criado pela presidente da Academia Saltense de Letras, Anita Liberalesso, que ocorre sempre antes das reuniões ordinárias dos acadêmicos.

A musicista, escultora, pintora e professora de violão clássico e de artes e coordenadora do quarteto “Tristão Júnior” e da Orquestra Ituana de Viola Caipira estreou na poesia com o livro “Alma desnuda vestiu-se com palavras”, pela editora Mirarte, e fez questão de apresentar a obra ao violão para os acadêmicos no encontro.

Enquanto falava de como lhe veio a inspiração para começar a escrever poesias, Célia apresentou “Serões”, do concertista e pedagogo uruguaio Isaías Sávio; “Masurca”, do maestro e compositor brasileiro Villa-Lobos; “Eterna Saudade”, do violinista e compositor também brasileiro Dilermando Reis; e “Fascinação”, do compositor italiano Fermo Dante Marchetti.

Ela disse que viveu um período recente, muito intenso emocionalmente, em que acabou deixando transbordar a poesia que tinha dentro de si. “Não fazia poesia desde a adolescência como muitos poetas. Foi agora após um período marcante para mim. Fui escrevendo. Aí as pessoas começaram a pedir para publicar um livro. Então acabei fazendo”, contou a artista.

O casamento da música com a poesia em Célia Trettel se deu por conta da organização rítmica, das gradações melódicas e do discurso, segundo a editora do livro Rose Ferrari.

“Estamos todos encantados com sua arte Célia”, disse a presidente da Academia, Anita Liberalesso, cadeira 11, patrono Odmar do Amaral Gurgel, ao receber o livro da artista depois das apresentações, ainda sob os aplausos.

O ex-presidente da Academia Antônio Oirmes Ferrari, cadeira 7, patrono Machado de Assis, fez questão de ressaltar a importância de Célia Trettel para a música em Salto e na região. “Trabalhamos juntos no Conservatório de Salto. Ela criou as ‘Sextas Musicais’. Com o projeto atraiu gente de várias cidades, como Indaiatuba, Cabreúva e Itu. A Célia é sucesso em tudo”.

A vice-presidente da Academia, Marilena Matiuzzi, cadeira 39, patronesse Cora Coralina, resumiu a artista pelo quesito no qual ela é mais conhecida: “Pensou em música boa, pensou em Célia Trettel. Todos já sabem”, afirmou.

Além do livro de poesia e das músicas, Célia Trettel trouxe ao encontro vários quadros pintados por ela e algumas esculturas feitas em varvito e granito rosa. Alguns dos quadros chamaram mais a atenção dos acadêmicos por serem miniaturas com extrema perfeição de traços. Célia fez ainda a apresentação dos seus três violões de trabalho, um Sugiyama, um Jacarandá Violeta e um Violão Romântico. “São os meus aliados. Não os largo”, afirmou.

Serviço

O livro “Alma desnuda vestiu-se com palavras” pode ser adquirido no link: https://www.amazon.com.br/Alma-desnuda-vestiu-se-com-palavras/dp/6599752764 e nos principais marketplaces, além da editora Mirarte (https://editoramirarte.com.br/)