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Divulgada este mês pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), uma pesquisa revelou que o que mais preocupa o brasileiro hoje é a corrupção. A roubalheira que todos se acostumaram a ver na televisão e nos jornais diariamente ganhou de assuntos bem graves também, como a saúde, inflação, desemprego, drogas e violência. Mas na hora de responder sobre o combate à corrupção, o número dos que entendem ser esta a prioridade foi menor: ela ficou em terceiro.

Há dois fatos importantes a se abstrair desses resultados do levantamento: o primeiro é que a população começa a compreender que a corrupção atinge a todos e o segundo é que falta ainda informação sobre como combater. Isto leva à conclusão de que o Ministério Público e a imprensa têm feito seus papéis de forma brilhante, ao mostrar à população que o que tira dinheiro do bolso de cada um na hora de comprar são as roubalheiras em todo lugar.

Mas, como não temos no país uma política voltada para a educação que pudesse criar uma consciência crítica desde o princípio e também a população não tem o hábito de procurar se informar sozinha, uma boa sugestão para o cidadão indignado da pesquisa sobre a corrupção é conhecer como ela ocorre em todos os detalhes, não do ponto de vista do escândalo, como aparece no noticiado, mas pelo ângulo dos mecanismos utilizados pelos corruptores e o seu “métier”.

Há várias publicações com esse enfoque no mercado, como “As Raízes da Corrupção no Brasil – Estudo de Casos e Lições para o Futuro”, “Corrupção e Improbidade – Críticas e Controle”, “Corrupção Política – Uma Patologia Social”, “Corrupção, Ética e Moralidade Administrativa” e “Responsabilização de Pessoas Jurídicas por Corrupção – A Lei Nº 12.846/2013 segundo o Direito de Intervenção”, mas talvez o volume mais interessante seja “Dr. Corrupção”.

Lançado recentemente pelos especialistas Renan Flumian, mestre em Filosofia do Direito, e Wander Garcia, procurador do município de São Paulo e doutor em Direito, o trabalho coloca a República no divã para que todos conheçam o que apenas uma minoria conhece e tira proveito em prejuízo de todo o restante da população. O interessante do livro é que se descobre nele que é fácil se envolver em esquemas de corrupção nos mais diversos níveis e aí está o grande perigo da nossa sociedade.

Vale a pena ler.

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