Quando penso em leitura, sempre esbarro em duas questões: Como incentivar um jovem a ler, se ele não está habilitado a interpretar corretamente o que lê? E, como exigir que um professor ensine o que ele, muitas vezes, não está capacitado a fazer por si próprio? Na minha visão, o trabalho mais valoroso de um escritor é aquele focado nos livros didáticos, que preenchem as lacunas do sistema educacional do nosso país. Apesar do desdém no meio editorial sobre esse tipo de produção literária, estou convicta de que não há solução efetiva a esse problema sem que passe pelo processo educativo.
Ao ler, um mundo de informações se descortina e o limite dos conhecimentos se amplia. Por isso, é de extrema importância incentivar a leitura na fase de crescimento e formação de um cidadão. Todavia, a alfabetização é pré-requisito para a leitura e o número de analfabetos funcionais em nossa sociedade é na faixa de 35 milhões, segundo dados de 2012. Junte-se a isso o número de analfabetos absolutos, que é de 14 milhões, e temos uma população de quase 50 milhões de pessoas excluídas da leitura, ou seja, ¼ da população brasileira…

Tecnologia X Leitura
Eu acredito que a tecnologia facilita o trabalho do escritor e não acho que isso seja um problema dos dias atuais, como se propaga por aí.
A tecnologia vem se desenvolvendo ao longo dos tempos e, se retrocedermos na História, veremos que os escritores sempre conviveram com situações similares no processo de produção literária. Afinal, não fomos do pergaminho ao computador? O que pode existir é uma dificuldade pessoal, maior ou menor, do escritor em se adequar à tecnologia de sua época.
Quanto ao futuro do livro em papel, não acredito que as novas tecnologias tirarão os livros das estantes e percebo, nos jovens leitores e nas crianças, um fascínio pelo contato com o material impresso – vide o fenômeno recente do sucesso de vendas dos livros para colorir.

Jovem leitor
O gosto pelo tipo leitura que se tem está intrinsecamente ligado ao ambiente e a maturação do leitor. Hoje, vivemos uma realidade peculiar com o advento da internet, que abriu novas possibilidades de leitura.
Mas isso não significa que a geração contemporânea não valorize uma obra-prima. Um livro bem escrito sempre terá leitores! A questão aqui passa pelo nível de maturação do leitor e pela divulgação dos grandes clássicos.
Como aguçar o desejo das novas gerações para a leitura?
Como disse no início, ler faz parte do processo de educação em seu sentido pleno.
Eu sou mãe, vivi na pele essa situação e tive êxito! As minhas filhas são leitoras contumazes. Mas, quando elas eram pequenas e íamos ao shopping, a primeira loja que visitávamos era a livraria.
Não há como exigir que os nossos filhos apreciem a leitura se nós, como pais-educadores que somos, nunca abrimos um livro, uma revista ou um jornal.
Para aguçar o desejo das novas gerações pela leitura, é preciso dar o exemplo e as condições para tal. É indispensável incluir, nos programas de família no final de semana, visita à Biblioteca Municipal, à Feira do Livro, às atividades culturais promovidas pelas escolas e entidades afins.
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