Titular da cadeira 14 da ASLe, ele já produziu 14 livros ao longo de toda a carreira e dois deles foram romances, cuja renda foi doada a entidades de dez cidades

 

O escritor e advogado Lázaro José Piunti, autor de 14 livros, dois deles romances

Com 14 livros publicados, sendo dois deles os romances “A Rainha e o Valete” e “A Rainha e o Valete – o Reencontro”, cuja renda foi doada a instituições de dez cidades, o escritor e advogado Lázaro José Piunti chega aos 77 anos nesta sexta-feira, 13 de outubro, com a certeza de que, embora não tenha nenhum livro novo em andamento, não dá para parar de escrever: “Escrevo quase que diariamente. Está na minha essência. Vem desde os meus dez anos”.

Uma das alegrias do escritor, que ocupa a Cadeira 14, patrono Castro Alves, da Academia Saltense de Letras, é ter usado as obras sempre para atender instituições de caridade, ONGs e academias de letras. “Escrevo por prazer, não por dinheiro. Assim, o que eu puder fazer para ajudar quem precisa, farei”. Os 14 livros venderam mais de 120 mil exemplares. Ele comemora o resultado, pois nos tempos atuais conseguir leitores é sempre um desafio.

Piunti afirma que os últimos seis meses foram de muitas tristezas. Ele perdeu dois irmãos, quatro sobrinhos e uma cunhada. O irmão João partiu no dia 26 de agosto. Já Terezinha Francischinelli, que era também sua madrinha de batismo e com quem tinha ligação maior que de irmã, foi no dia 8 de outubro. “Quando nasci, ela alimentava o meu sobrinho de seis meses e a minha mãe teve um parto difícil, ficou desfalecida por cinco dias. Essa minha irmã me amamentou”.

Convivendo com tristezas e perdas

Outra perda recente foi a do sobrinho Guilherme Agusto do Amaral, filho da irmã Maria (Quita), que faleceu no dia 26 de setembro. O escritor o conheceu quando sua irmã morreu em 1952. O menino tinha apenas três meses. A convivência fez com que Piunti considerasse o sobrinho como um irmão de verdade. “São perdas que nos machucam, porque nunca nos acostumamos a dar adeus. Mas elas fazem parte da nossa vida e temos de seguir em frente”.

A ligação com a família é um traço marcante da vida do escritor e advogado Lázaro José Piunti, que hoje tem 3 filhos, 5 netos, 2 netas e 2 bisnetas. “Esse é o resumo de uma vida de alegrias com essas pessoas queridas”. Ele mesmo teve uma família grande. É o caçula de 12 irmãos, filhos dos lavradores imigrantes italianos Domingos e Carolina Piunti. Graças a essa força familiar, ele sempre foi um batalhador pelo seu espaço e conquistou o sucesso.

 

Liderança nata

Trajetória de vida sempre firme como escritor e político

A sua liderança vem desde os tempos em que fez Direito na Faculdade de Direito de Itu. Ele também fez duas pós-graduações em Sistemas de Gestão Integrados da Qualidade, Meio Ambiente e Segurança do Trabalho e Responsabilidade Social. Ainda se formou em um curso especial de teologia voltado para leigos. Mas foi na política que se tornou conhecido, sendo até hoje um dos políticos mais ativos, ousados e polêmicos da história ituana.

Tudo começou quando se elegeu presidente do Sindicato da Construção Civil e do Mobiliário de Itu, que respondia por 14 cidades à época, em 1965 (hoje são 20 cidades). Ele chegou à presidência com apenas 19 anos, sendo o líder sindical mais jovem da América Latina e derrotando uma chapa defensora do lado patronal que estava no poder havia 21 anos. Tomou posse em dezembro e uma semana depois já foi chamado ao quartel sob a acusação de ser subversivo.

Depois se elegeu vereador aos 22 anos, em 1968. Foi o mais jovem da história de Itu até então. Naquela época os vereadores não tinham salários como hoje. Depois se elegeu prefeito em 1972 e tomou posse em 73. Esteve nesse mesmo cargo por quatro mandatos não consecutivos até 2004. Também como prefeito foi o mais jovem de Itu, com 26 anos. Piunti é contra a reeleição e faz parte do 1% dos políticos que não aceitaram a aposentadoria política.

 

Projeção estadual

Como presidente da CDHU não hesitou em fazer denúncias

Após os mandatos de prefeito, ganhou notoriedade política estadual e assumiu a vice-presidente da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado, a CDHU, onde ficou por dois anos, durante a gestão Mário Covas (PSDB). Mas não hesitou em denunciar irregularidades que encontrou na empresa mesmo estando na vice-presidência na época e exatamente por causa das denúncias que fez deixou o cargo.

Entre os seus mandatos esteve à frente de projetos e ações relevantes para a população, como a implantação da Estrada Parque Apa Itu Rio Tietê, a desapropriação de áreas para construir o Parque do Varvito, foi o mentor do projeto que tornou Itu e Salto cidades irmãs, quando era prefeito de Salto Jesuíno Ruy (MDB), e promoveu a redução da tarifa do transporte coletivo que tornou o preço praticado em Itu o mais baixo do Estado em 2004.

Membro de quatro academias de letras atualmente, o escritor e advogado é um dos fundadores da Academia Saltense de Letras, da Academia de Letras de Araçariguama e Região e da Academia de Letras de Iperó e integra a Academia Cristã de Letras, de São Paulo. Piunti é casado com a vereadora ituana e ex-deputada Maria do Carmo Piunti (PSC). Outras de suas paixões são o ituano e o Palmeiras, este desde criança. E toda a sua família é palmeirense.

0 0 votes
Article Rating

Faça um comentário!

Subscribe
Notify of
0 Comentários
Inline Feedbacks
View all comments