Cynara Lenzi Veronezi, Cadeira 18 da Academia Saltense de Letras, faz últimas revisões em cem historinhas que publicou no jornal Taperá e que estarão no seu sexto trabalho de autora e define os detalhes da 7ª edição do Prêmio Valter Lenzi 

 

A escritora Cynara Lenzi Veronezi em uma montagem com os seus livros

A escritora e professora Cynara Lenzi Veronezi, Cadeira 18 da Academia Saltense de Letras, patrono Dante Alighieri, comemora mais um aniversário nesta terça-feira (17) dividida entre dois grandes projetos: terminar a preparação do seu sexto livro, que se chamará “Vamos de História?” e que terá cem histórias, e a preparação da 7ª edição do Prêmio Historinhas, que neste ano passará a se chamar Prêmio Valter Lenzi em homenagem a seu pai.

“O livro está praticamente pronto. Eu só estou dando uma revisada final. As histórias são as mesmas que eu escrevi no jornal Taperá, na minha coluna “Historinhas”. Mas é um grande projeto para mim e fico envolvida demais”, conta. O prêmio também está bem encaminhado, mesmo com as mudanças de nome e de metodologia. Ainda assim, tem tomado o tempo da escritora, que não quer que nada dê errado ou não saia como planejou.

O sexto livro, a coluna no jornal e a homenagem ao pai tem uma relação muito maior do que apenas o fato de serem feitos pela escritora. O livro surgiu a partir da coluna e a coluna foi uma criação em conjunto com o pai. Ela não imaginava se tornar escritora e tinha receio de que o pai, com 65 anos de jornalismo e 17 livros publicados e três em preparação, não gostasse dos seus textos. Na verdade, ele não só gostou como criou a coluna. E depois a escritora.

 

Palestras e crianças

Com o pai, o jornalista Valter Lenzi, em entrevista para Mirna Bicalho

Convidada do “Momento Literário” de outubro, um espaço criado pela atual diretoria da Academia Saltense de Letras para falar de literatura no final das reuniões ordinárias dos acadêmicos, Cynara Lenzi Veronezi disse que se descobriu com as historinhas da coluna e depois as levou para as escolas, onde faz uma média de dez palestras por mês. “Eu amo fazer isso e não me vejo longe da sala de aula mesmo estando aposentada como professora”, diz.

Com o falecimento de Valter Lenzi no final do ano passado, a escritora resolveu homenageá-lo dando o nome dele ao prêmio, criado em conjunto com ele. “Quero que o nome do meu pai esteja sempre sendo lembrado pelas crianças, porque ele fez muito pelo jornalismo de Salto, pela literatura e por mim. As crianças já sabem quem ele é sem nem eu falar. Agora elas saberão que tudo saiu dele. Meu pai é o grande criador de toda essa história da minha vida”.

Preocupação é levar diversão e alegria para os estudantes com histórias com começo, meio e fim

Além de mudar de nome, o prêmio sofrerá mudança na organização. Em vez de acontecer em um lugar específico, ele será levado para as escolas. Neste ano, a escola escolhida é o Paula Santos. Os estudantes do Ensino Fundamental II da escola vão concorrer ao prêmio com textos, pinturas, desenhos e artes cênicas, como teatro, fazendo trabalho sobre o tema: “O que o astronauta encontra na lua”. “A criatividade é livre no concurso”, diz a escritora.

Os dez melhores trabalhos em texto, os dez melhores em desenho e os dez melhores no geral vão receber medalhas. No dia da premiação (30 de novembro), Cynara Lenzi Veronezi vai apresentar um vídeo contando a história do pai tanto como jornalista, como também como escritor. Falará dos livros publicados e dos livros que ainda estão sendo finalizados mesmo depois da morte dele. “Estou muito feliz com esse projeto”, diz.

 

Vocação antiga

A trajetória até chegar a ser escritora é uma longa história. Ela poderia ter sido arquiteta ou mesmo desenhista, porque sempre gostou de projetar ideias por meio dos desenhos. “O desenho está presente na minha vida desde pequena”, diz. Mas foi o prazer que descobriu ao contar histórias para crianças que a fez se tornar escritora. “A minha realização é estar entre os pequenos contando minhas historinhas e vendo em seus olhinhos as suas imaginações”.

A ligação com as letras vem de criança também. Além do pai, que fundou o “Taperá”, sua mãe, Zuleima, cartorária eleitoral por anos, fazia questão de que a pequena Cynara se interessasse por leitura. “Cresci entre as Ruas Floriano Peixoto e Campos Salles, na Vila Nova. Fiz o Fundamental no Paula Santos e no Ensino Médio cursei Magistério no Leonor. Depois fiz pedagogia no Ensino Superior e me tornei professora”. Ela exerceu a profissão por 32 anos.

Mostrando o terceiro livro no qual homenageia a filha

Na carreira de escritora infantil, já são cinco livros lançados: “Historinhas”, “Historinhas pra contar”, “Minha fiel escudeira e eu”, “A pandemia no reino encantado” e “E foi assim que aconteceu… Salto”. Em todos eles ela conta histórias simples com começo, meio e fim, como costuma dizer. “Tenho uma escrita simples, mas efetiva. Digo o que as crianças gostam. Não escrevo o politicamente correto. Eu só levo a informação com começo, meio e fim”, diz.

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