Para ampliar o número de seus leitores, escritora aderiu às Graphic Novels, uma tendência dos últimos anos que traz de volta o gênero popularizado no século XIX

  

A escritora e jornalista Anna Osta em seu escritório de trabalho

A escritora e jornalista Anna Osta decidiu aderir às Graphic Novels, uma variação literária das revistas em quadrinhos, tendência dos últimos anos que trouxe de volta o gênero popularizado no século XIX, ao autorizar a conversão para o gênero do seu livro, produzido para o público infantojuvenil, “Crescer na Terra do Nunca”, trabalho que será lançado oficialmente em 2024 durante a Festa Literária e Cultural de Itu, a Flic.

“Acho curioso que uma tendência tão antiga como essa ressurja com tanta força atualmente. Não poderia deixar de participar, afinal busco ampliar a minha base de leitores continuamente”, disse ela. Para se ter uma ideia, o primeiro registro de uma história em quadrinhos no Brasil data de 30 de janeiro de 1869, com a criação do personagem Nhô quim, de autoria do italiano Ângelo Agostini.

Depois desse lançamento, a linguagem foi padronizada nos Estados Unidos, ganhando quadrinhos para mostrar as ações como se conhece hoje e personagens fixos, além do texto dos diálogos inserido em balõezinhos. A publicação dessa forma foi oficialmente demonstrada por meio de uma publicação no jornal New York Word, com o personagem Yellow Kid, de Richard Outcault, em 1895.

O gênero alcançou fama mesmo e conquistou leitores muitos anos depois, em 1939, com a publicação das Marvel Comics e do Tocha-Humana, de autoria de Martin Goodman. Em 1960, o público brasileiro teve pela primeira vez um gibi inteiramente colorido, com a publicação de “A Turma do Pererê”, do cartunista Ziraldo, que foi apresentado pela Editora O Cruzeiro, com personagens nacionais.

 

Ampliação de público

Capa do livro que será transformado em quadrinhos

A titular da Cadeira 2, patronesse Rachel de Queiroz, da Academia Saltense de Letras, que aniversaria nesta quinta-feira (26 de outubro) também investe em outras frentes para popularizar a sua obra, que começou com o romance Betsy, prefaciado pela própria Rachel, e continuou com mais 18 livros entre infantojuvenis e coletâneas de contos e antologias de poesias.

Uma delas é o site http://www.annaosta.com.br, que completou um ano em outubro e onde ela difunde a literatura e apresenta conteúdo interessante e de qualidade para o público-leitor. “As possibilidades se expandiram de tal maneira que ultrapassaram limites comuns à minha geração, que precisava do livro físico em mãos para experimentar a mágica experiência da leitura”.

Ela conta que escreve frequentemente no seu blog dentro do site e fala sobre assuntos relacionados às áreas da escrita e da leitura, além de trazer informação sobre lugares, pessoas e projetos literários, ou afins, que estão sendo desenvolvidos pelo mundo. “E como tem projeto bacana acontecendo por aí. Fico feliz em poder divulgar essas informações por meio dessas plataformas”, disse.

Anna Osta trabalha também a popularização da leitura como forma de levar os seus livros e o de outros grandes autores para o cidadão comum, tanto com a transmissão de diversas dicas de leitura, que podem ser acessadas no site e no blog, quanto por meio do Clube do Livro de Salto, um grupo que ela ajudou a fundar há três anos para incentivar a leitura e agora também a leitura de jovens.

Ilustração de umas das crônicas da escritora no seu blog

“Em setembro estivemos com alunos da Escola de Jovens e Adultos, o Eja, para levar a importância do livro e da leitura na formação do pensamento crítico em cada um”. O Clube do Livro também fechou parceria com um grupo de teatro do Espaço Barros Júnior para estimular a montagem de “A Casa de Bernarda Alba”, clássico de Federico García Lorca, que irá aos palcos em novembro.

No caso da leitura para jovens, o processo se deu neste ano para contemplar aqueles que também gostam de ler e não tinham um incentivo como o do Clube do Livro tradicional com sugestões de leitura. Agora o Clube Teen foca apenas em leituras para o público infantojuvenil. O livro que está sendo lido agora entre os jovens, por exemplo, é: “Eu e Esse Meu Coração”, de C.C. Hunter.

 

Carreira produtiva

Saltense de nascimento, na franja da grande São Paulo, Anna Osta tem uma carreira produtiva na área literária. Ela escreveu 19 livros nos últimos 20 anos e passeou por vários gêneros, com destaque para o infantojuvenil. “Sou uma criadora de histórias da vida cotidiana, que visam prioritariamente inspirar pessoas”, se define. E mais do que isto é uma escritora é efervescência o tempo todo.

A escritora no cenário do livro “Identidades Cruzadas”, de Harlan Coben

Neste ano, coordenou mais uma vez a Coletânea da ASLe edição 2023, o que implicou em se aproximar de cada um dos outros 30 autores (ela também participar com um texto) para definir regras e prazos. A atividade não impediu que ela continuasse escrevendo. “Estou finalizando agora um romance que trata das memórias de uma mulher sobre seu casamento dissolvido”.

A relação de Anna Osta com a literatura é antiga e intensa, pois sempre gostou de ler e de escrever. Atualmente, ela se dedica exclusivamente à escrita, tendo, além dos livros que já escreveu, ajudado, nos últimos dez anos, a promover e a difundir novos autores, fazendo com que cheguem ao mercado editorial e que possam verter as suas obras para o papel.

Uma das 16 pessoas que fundaram a Academia Saltense de Letras, Anna Osta já presidiu a entidade por dois períodos e integra ainda a Academia Nacional de Letras do Portal do Poeta Brasileiro. Fez jornalismo na PUC Campinas, exercendo a profissão por alguns anos, e aos 25 anos se casou e passou a acompanhar o marido, executivo de multinacional, pela América Latina e Estados Unidos.

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