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Anna Osta prepara mais dois livros, um romance e uma biografia

Uma das fundadoras da Academia Saltense de Letras, em 2008, a escritora faz aniversário nesta quarta (26)

A escritora Anna Osta, que se dedica exclusivamente à literatura

Com um romance em produção sobre memórias de um casamento e uma biografia em fase de lançamento, além de 19 livros publicados nos últimos 20 anos, a escritora Anna Osta, aniversariante desta quarta-feira (26), se define como uma criadora de histórias da vida cotidiana, que visam prioritariamente inspirar pessoas.

Titular da cadeira 2 da Academia Saltense de Letras, patronesse Rachel de Queiroz, ela começou com o romance Betsy, que foi prefaciado pela própria Rachel, uma das maiores escritoras brasileiras e a primeira mulher a ingressar na Academia Brasileira de Letras, em 1977, e a primeira a receber o Prêmio Camões.

Depois de Betsy vieram 18 publicações, contemplando livros infantojuvenis e coletâneas de contos e antologias de poesias, com destaque para o último Minha Garota, de 2019, escrito em parceria com a empresária Adriane Yamin, sobre o relacionamento da empresária com o piloto tricampeão de F1 Ayrton Senna.

A relação de Anna Osta com a literatura é estreita, tanto que hoje ela se dedica exclusivamente à escrita, tendo, além dos livros que escreveu, ajudado, nos últimos dez anos, a promover e a difundir novos autores, fazendo com que cheguem ao mercado editorial e que possam verter suas obras para o papel.

Além do apoio aos novos escritores, ela atua intensamente no incentivo e na promoção da leitura por meio do Clube do Livro de Salto, entidade que ajudou a criar em 2020 com outros quatro apaixonados pela leitura e que vem promovendo encontros, feiras, discussões e outros eventos para divulgar obras e autores.

Anna Osta também ajudou a fundar a Academia Saltense de Letras, em 2008, com outros 15 apaixonados pela literatura, e já presidiu a entidade por dois períodos. Ela integra ainda a Academia Nacional de Letras do Portal do Poeta Brasileiro, para a qual ingressou em 2015 e onde ajuda a divulgar a poesia brasileira.

Nascida em Salto, na franja da grande São Paulo, Anna Osta se formou em jornalismo pela PUC Campinas, tendo exercido a profissão por alguns anos. Aos 25 anos se casou e passou a acompanhar o marido, executivo de multinacional, pela América Latina e Estados Unidos. No retorno, se dedicou à literatura.

Perguntada sobre sonhos que deixou de realizar ao longo da vida por uma ou outra razão, ela disse que gostaria de ter sido piloto de avião, que era seu desejo desde criança. E sobre um sonho que pretende realizar ainda diante do momento atual, Anna Osta não titubeia: “Quero publicar meus livros em outros idiomas”.

Presente de professora fez Jorge Duarte se apaixonar pela literatura

Aniversariante desta quarta-feira (26), o escritor se encantou com o conto de Hans Andersen ‘O Soldadinho de Chumbo’

Jorge Duarte Rodrigues é jornalista de Taperá desde 2005

Aniversariante desta quarta-feira (26), o escritor Jorge Duarte Rodrigues, cadeira 29 da Academia Saltense de Letras, patrono Pablo Neruda, foi incentivado à leitura pelo pai desde pequeno, mas foi a partir do presente da professora Célia Biston, do antigo primário, que se apaixonou definitivamente pela literatura.

Ele ganhou dela um exemplar em capa dura do livro O Soldadinho de Chumbo, o primeiro conto de fadas escrito por Hans Christian Andersen, que foi publicado pela primeira vez em 1838, no qual um boneco, que tem apenas uma perna, se apaixona por uma bailarina, também boneca, e cujo final, curiosamente, não é feliz.

Se o final do primeiro livro que leu não foi feliz, Jorge Duarte teve uma infância bastante feliz. Oriundo de uma família de seis irmãos, que nasceram pelas mãos da parteira Dona Elisa na Vila Nova, em Salto, ele cresceu brincando em um grande quintal, cheio de mangueiras centenárias e um bambuzal banhado por um córrego.

Menino inquieto, jogava bola na Rua Quintino Bocaiuva, que ainda era de terra batida na época, e gostava de ver a descida da boiada rumo ao Matadouro Municipal, que ficava a apenas 50 metros da casa onde morava. “Brincava e me divertia muito com coisas simples que eram empolgantes na minha infância”, relata.

Depois de O Soldadinho de Chumbo, Jorge Duarte conheceu outras obras de vários escritores que o encantaram. Seus preferidos são: Machado de Assis, Carlos Heitor Cony e Paulo Mendes Campos, cronistas que ele devorou a vida toda. E leu ainda a bíblia, o Breviário Romano e revistas cristãs, que o pai assinava.

Agora o escritor prepara um livro que vai reunir uma seleção das crônicas que publicou no jornal Taperá. Desde 2005, de forma ininterrupta, ele divulga suas crônicas quinzenalmente na coluna Proesias. “São 17 anos de publicações. O difícil está sendo a escolha. O livro não terá nem 10% desse conteúdo todo”, diz.

Discurso na formatura do antigo primário, em 1964

Autor da biografia Valter Lenzi – 60 anos de jornalismo, publicado em 2018, Jorge Duarte também fez a apresentação do livro Devaneio – Crônicas e Poemas, dos acadêmicos Lázaro José Piunti e Virgínia Soares Liberalesso e um dos depoimentos que compõem a biografia do médico e deputado saltense Archimedes Lammoglia.

Ao longo da carreira literária, ele foi premiado em vários concursos, sendo um dos principais estar entre os 20 melhores cronistas do Prêmio de Literatura da Universidade Federal Fluminense, de Niterói (RJ), que, ao lado das 20 melhores poesias e 20 melhores contos, compôs a Antologia do Cinquentenário da Universidade.

Outra premiação importante foi ter ficado em primeiro lugar no Festival de Poemas de Cerquilho, promovido pela Prefeitura daquela cidade, concorrendo na categoria prosa, que foi um concurso nacional, do qual participaram cerca de 220 escritores de 19 Estados brasileiros e um da cidade de Saitama, no Japão.

Na Academia Saltense de Letras, Jorge Duarte Rodrigues participou de várias coletâneas. Indicou para integrarem o rol dos acadêmicos a poetisa Virgínia Soares Liberalesso e o seu neto Paulo de Tarso Liberalesso Filho. E ainda indicou, ao lado de Valter Lenzi, o empresário João Marcos Andrietta como Membro Honorário.

Jorge Duarte é jornalista profissional e é também revisor, repórter e editor de Cultura do jornal Taperá. Dirigiu a Distribuidora de Revistas da Editora Abril e foi proprietário da Livraria Bethânia. E foi supervisor-adjunto do Banco do Commércio e Indústria, aprendiz do Senai na Eucatex e auxiliar administrativo na Granja Icaraí.

Formatura do antigo primário no salão social da Cooperativa Operária Saltense

Tudo que quero é continuar escrevendo, revela Gasparini Filho

Gasparini Filho segura o seu livro, uma reunião de poesias e reflexões, lançado em 2012

Conhecido em Salto e na região como a voz do rádio, o escritor Gasparini Filho, que aniversaria nesta sexta-feira (21), tem na literatura uma paixão antiga e intensa e revela que tudo o que deseja fazer para o resto da vida é continuar escrevendo, como sempre fez até aqui.

Titular da cadeira 12 da Academia Saltense de Letras, patrono São Francisco de Assis, ele é autor do livro “Nossos momentos”, mas diz que não se preocupa, por enquanto, em lançar uma nova obra e sim em escrever trovas, poesias, crônicas e contos, principalmente trovas.

Trovador antigo, Gasparini Filho diz que gosta de pesquisar em dicionários para descobrir palavras bonitas e diferentes que possa usar nos seus textos, o que o fez aprender muito ao longo do tempo e que também lhe deu grandes conhecimentos na área da gramática.

Aposentado da profissão de bancário, ele divide o seu tempo hoje na prática da escrita, que entende como um ato solitário, com outras duas paixões mais interativas: a comunicação (comanda programa na FM 90 todas as manhãs) e a oratória (é mestre de cerimônias em eventos).

Há 34 anos, Gasparini Filho comanda um programa diário na rádio FM 90

Gasparini Filho é radialista formado e um estudioso da área. Nasceu na Fazenda Morro Vermelho, em Salto, às 5h de uma sexta-feira de ano bissexto. Fez os primeiros estudos na própria fazenda. Uma característica desse tempo é que era magrelo e muito levado da breca.

Ao lado da literatura, a comunicação e a oratória são suas grandes paixões

Depois estudou o ensino fundamental nas escolas Tancredo do Amaral e Paula Santos, em Salto; o médio na escola Junqueira Ortiz, em Itu, e o superior nas faculdades Anhembi Morumbi, em São Paulo, e Unip (Universidade Paulista), em Sorocaba, além de cursos rápidos no Senac.

Quando jovem, o sonho de Gasparini Filho era ter feito a Escola Militar. “Gostaria de ter estudado o ensino superior lá”. Mesmo sem ter alcançado esse desejo, o escritor se diz uma pessoa feliz com o que conquistou na vida profissional e pessoal. “Mas quero mais”, conclui.

Prazer de contar histórias para crianças produziu a escritora Cynara Veronezi

A escritora Cynara Lenzi Veronezi

Aniversariante desta segunda-feira (17), ela conta que antes de se tornar escritora quase virou arquiteta de profissão

Ela poderia ter sido arquiteta ou mesmo desenhista, porque sempre gostou de projetar ideias por meio dos desenhos. “O desenho está presente na minha vida desde pequena”, diz Cynara Lenzi Veronezi. Mas foi o prazer que descobriu ao contar histórias para crianças que a fez se tornar escritora. A titular da cadeira 18 da Academia Saltense de Letras, patrono Dante Alighieri, aniversariante desta segunda-feira (17), já publicou cinco livros voltados para esse público e os novos projetos não param.

“A minha realização é estar entre os pequenos contando minhas historinhas e vendo em seus olhinhos as suas imaginações embarcarem comigo na mesma viagem. É uma sintonia forte demais, que me emociona”. E ela exercita essa prática todos os dias, desde que se aposentou da profissão de professora, depois de 32 anos de trabalho na rede pública de Salto. “Mergulho todos os dias em projetos e ideias novas, além de encontros e criações, ora escritas, ora gravadas em vídeos, dando vida a personagens”.

A rotina da escritora se divide ainda com a produção de material para a coluna quinzenal que mantém no jornal Taperá para contar histórias infantis também. A coluna “Historinhas” deu origem ao primeiro livro com o mesmo nome. Depois vieram “Historinhas pra contar”, Minha fiel escudeira e eu”, “A pandemia no reino encantado” e “E foi assim que aconteceu… Salto”. Agora está em preparo mais um livro infantil, uma coletânea. “Escrevo sempre essas histórias, pois sei o poder que as histórias têm na vida de cada criança”.

A escritora desenvolve ainda projetos especiais de incentivo à leitura, como prêmios anuais que visam motivar os pequenos a lerem mais. Em breve será realizada a sexta edição do prêmio. Além disso, ela visita escolas frequentemente e interage com os pequenos leitores, colhendo impressões e transmitindo conhecimentos. “A professora continua em mim. Essa relação é muito prazerosa”. No lançamento do último livro, ela levou um ator fantasiado de índio e outros de bandeirantes para a cerimônia. “É o lúdico que me move”.

Atores caracterizados no lançamento do último livro

A trajetória da escritora foi marcada desde criança por uma família voltada às letras. Além do pai, um dos jornalistas mais conhecidos da cidade, que fundou e comanda o “Taperá”, Valter Lenzi, sua mãe, Zuleima, cartorária eleitoral por anos, fazia questão de que a pequena Cynara se interessasse por leitura. “Cresci entre as Ruas Floriano Peixoto e Campos Salles, na Vila Nova. Fiz o fundamental no Paula Santos e no ensino médio cursei magistério no Leonor. Depois fiz pedagogia no ensino superior e me tornei professora”.

A paixão pela literatura infantil a fez participar de vários cursos de qualificação na área também. Mas a escritora se preocupa ainda com os jovens. Por isto, prepara, em paralelo com os livros infantis, um livro sobre depressão, para ajudar principalmente os mais jovens que passam por esse problema. “Ao longo da minha carreira como professora vivenciei muitas histórias de dificuldades nessa área. Quero ajudar pais e mães e esses jovens a enfrentarem da melhor maneira essa situação. É um projeto que quero fazer”.

Piunti prepara livro sobre político que foi marcante na história de Itu

Titular da cadeira 14 da Academia Saltense de Letras, o escritor faz aniversário nesta quinta-feira (13)

 

O escritor é autor de 14 livros atualmente

Nesta quinta-feira, 13 de outubro, Lázaro José Piunti completa 76 anos de vida.

O hoje escritor e poeta prioritariamente, titular da cadeira 14, patrono Castro Alves, da Academia Saltense de Letras, prepara um novo livro.

Vai falar da vida e da saga do político de Itu Galileu Bicudo, que foi marcante para a história da cidade no final da década de 40, depois 50 e 60, como vereador, prefeito e deputado estadual.

O homenageado foi perseguido pelo regime militar. Tão logo se elegeu prefeito, foi impedido de tomar posse e perdeu os direitos políticos por dez anos, sob a acusação de ter praticado crime contra o regime. A punição foi revertida depois.

Recentemente, Galileu Bicudo foi elevado à condição de Prefeito Honorífico por tudo que viveu e que representou para a cidade.

Esse será o 15º livro da carreira de escritor e poeta de Lázaro José Piunti. Entre romances, ensaios, crônicas e poesias, alguns de seus trabalhos ganharam tradução para o inglês, espanhol e italiano, o que o torna um escritor internacional como poucos brasileiros. Ele escreveu a sua primeira poesia aos dez anos.

Todos os livros tiveram a sua renda revertida para entidades filantrópicas, assistenciais, ONGs e comunidades indígenas.

 

Batalhador

Caçula de uma família de 12 irmãos, filhos dos lavradores imigrantes italianos Domingos e Carolina Piunti, o escritor sempre foi um batalhador para conquistar o seu espaço.

Tornou-se advogado pela Faculdade de Direito de Itu, fez duas pós-graduações em Sistemas de Gestão Integrados da Qualidade, Meio Ambiente e ainda Segurança do Trabalho e Responsabilidade Social. Também se formou em um curso especial de teologia voltada para leigos.

Advogou em defesa de trabalhadores em Itu, Salto, Porto Feliz, Rafard, Capivari e Jundiaí, além de duas federações estaduais.

Foi o mais jovem presidente eleito de um sindicato de trabalhadores da América Latina, com 19 anos, e como oposicionista.

Mas foi na política que se tornou conhecido primeiro e onde se realizou primeiro.

Piunti é um dos políticos mais ativos, ousados e polêmicos da história ituana. Foi prefeito por quatro mandatos não consecutivos, entre 1973 e 2004, emendando o primeiro grande feito na área, o de tornar-se o mais jovem vereador da história de Itu, aos 22 anos, em 1968, quando a função não tinha salário como hoje. Mesmo como prefeito foi o mais jovem de Itu, com 26 anos na posse.

Com isso, projetou o seu nome no cenário político estadual para sempre. Foi vice-presidente da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do governo do Estado, a CDHU, por dois anos, na gestão do governador Mário Covas (PSDB).

 

Bandeiras

Ao longo desses mandatos e cargos, não hesitou em defender projetos que considerava importantes, como a implantação da Estrada Parque Apa Itu Rio Tietê, ou de desapropriar áreas para construir o Parque do Varvito ou de baixar a tarifa do transporte coletivo, tornando-a mais baixa do Estado, em 2004.

Quando o governador Covas morreu, em 6 de março de 2001, Piunti decretou luto em versos por meio do decreto 20, publicado no dia.

“Forma gélida, maneira clássica, expressão formal de justificar a edição de um decreto. Não! Pelo menos desta vez! Uma frase é suficiente: morreu um homem de bem! E por essa razão, justificadas razões comportam a decretação comovida do tríduo de luto em toda a urbe ituana. Em 6 de março de 2001, voou para Deus o peregrino da existência, o apóstolo do bem comum, o arauto da dignidade: Mário Covas Júnior”, escreveu no texto legal.

A essa altura já era um nome respeitado no PSDB estadual e já integrava o diretório de São Paulo, mas não hesitou em denunciar irregularidades na CDHU contra o comando do órgão e de deixar o cargo por causa disso.

 

Quando prefeito, Piunti criou o Conselho do Povo 

Transparência

Sabia que a atitude o faria romper com vários segmentos políticos, mas não se importou. Como diz em uma frase de Santo Agostinho, que ostenta em suas redes sociais: “Os maus não são bons porque os bons não são melhores”, ele defende que temos de assumir a responsabilidade por tudo o que acontece ao nosso redor.

Piunti sempre foi um defensor da transparência, tanto que um de seus primeiros atos, em 1973, como prefeito de primeiro mandato, foi criar a assessoria de imprensa na Prefeitura. Ocupada pelo conhecido Paulino Domingos Piotto, um carteiro aposentado, jornalista prático e historiador, ela o ajudou a levar informação sobre os atos do governo para o povo. Detalhe: o cargo não tinha salário. Também criou o Conselho do Povo para ouvir reivindicações e transformá-las em atos.

O escritor é um dos fundadores da Academia Saltense de Letras, da Academia de Letras de Araçariguama e Região e da Academia de Letras de Iperó e integra a Academia Cristã de Letras, de São Paulo. É casado com a vereadora ituana e ex-deputada Maria do Carmo Piunti (PSC), tem três filhos, cinco netos, duas netas e duas bisnetas. É torcedor do ituano e do Palmeiras desde criança. Toda a sua família é palmeirense. Ele, é fanático.

Kátia Auvray afirma que o seu sonho não realizado era ter sido piloto de avião

Kátia Auvray no seu primeiro ano de vida

Quem ouve a escritora Kátia Auvray, aniversariante desta segunda-feira (10), dizer que o seu sonho não realizado era ter sido piloto de avião, pode até se assustar com algo tão ousado, mas quem a conhece não se espanta, pois a ousadia é marca que sempre esteve presente em sua vida.

Só para se ter uma ideia, com a ajuda de vizinhos em Belo Horizonte (MG), onde nasceu, com apenas 18 meses de vida, a escritora já fugia de casa e andava por todos os lados da vizinhança só para conversar. “Eu era muito sociável na infância”, conta. E para quem duvida, ela tem fotos para provar.

“Já tinha todos os dentinhos aos seis meses”, relembra.

A titular da cadeira 16, patronesse Cecília Meireles, da Academia Saltense de Letras, teve uma infância alimentada pela literatura, ouvindo histórias maravilhosas, como ela classifica, contadas pelo pai e, depois que aprendeu a ler, nunca mais parou com sua fome por conhecimento.

Não foram só as histórias contadas pelo pai e a sua curiosidade por conhecer coisas novas que moldaram a infância da escritora. Ela era observadora e se encantava com o que outras achavam normal, como a vaquinha, um caminhãozinho que vendia leite de porta em porta.

“Minha avó materna levava uma vasilha de vidro e o vendedor colocava o leite ali. O caminhãozinho passava na rua onde ela morava em BH e eu ia junto”, revela, se recordando com saudade daquele tempo e do quanto aquela cena a impactava quando criança.

Essa infância independente, Kátia Auvray viveu em Belo Horizonte, mas morou também e cresceu entre o Rio de Janeiro, Niterói e São Paulo. Na adolescência, viveu ainda em Salvador, na Bahia. Estudou em várias escolas divididas entre públicas, particulares, religiosas e não religiosas. 

Ao cabo dessa trajetória, tornou-se professora de história, depois pesquisadora na área. Além disso, é pianista e, nos últimos 15 anos, tem se dedicado aos estudos holísticos. A escritora atua hoje por meio de terapias complementares e não invasivas, como o reiki e os florais.

Embora não tenha nenhum projeto literário no momento, assegura que, para produzir, é movida pela indignação. Então, a qualquer momento pode haver a erupção do seu vulcão criativo. Afinal, o que a realiza é a produtividade e o estudo, que renovam sempre o seu pensamento.

Autora de “Cidade dos esquecidos”, que retrata o antigo leprosário do Pirapitingui, em Itu; a escritora tem várias outras obras, como a coleção “Magia da história”, com cinco livros infanto-juvenis sobre a história de Salto; e “Um lugar chamado Brasil”, sobre o bairro de mesmo nome em Itu.

Também escreveu “Vila Santa Terezinha, que retrata o bairro com esse nome em Itu, “Reflexões”, com notas sobre grandes temas; e tem participação nas coletâneas “Roda Mundo, em Sorocaba, e várias da ASLe, além de centenas de artigos e ensaios para a revista Campo & Cidade e para o antigo site Itu.com. 

Apresentação de Célia Trettel na ASLe

A multiartista Celia Trettel fez uma apresentação neste sábado (7), na Academia Saltense de Letras, para lançar o seu primeiro livro de poesia: “Alma desnuda veste-se com palavras”, lançado pela Mirarte Editora.
A obra reúne textos e imagens de quadros pintados pela escritora.
Na apresentação, Célia tocou ao violão várias músicas de compositores brasileiros e estrangeiros importantes e falou sobre a sua inspiração.
Confiram um pouco nos vídeos abaixo produzidos por Antonio Valini e no texto de reportagem do evento publicado neste site.

Conhecida pela música, Célia Trettel faz estreia na poesia com ‘Alma desnuda’

“É incrível como a poesia da Célia casa perfeitamente com a música dela”.

A frase é de Rose Ferrari, editora do primeiro livro de poesia da multiartista Célia Trettel, convidada deste sábado (7) para a Sala de Visitas, um encontro com pessoas ligadas às artes, criado pela presidente da Academia Saltense de Letras, Anita Liberalesso, que ocorre sempre antes das reuniões ordinárias dos acadêmicos.

A musicista, escultora, pintora e professora de violão clássico e de artes e coordenadora do quarteto “Tristão Júnior” e da Orquestra Ituana de Viola Caipira estreou na poesia com o livro “Alma desnuda vestiu-se com palavras”, pela editora Mirarte, e fez questão de apresentar a obra ao violão para os acadêmicos no encontro.

Enquanto falava de como lhe veio a inspiração para começar a escrever poesias, Célia apresentou “Serões”, do concertista e pedagogo uruguaio Isaías Sávio; “Masurca”, do maestro e compositor brasileiro Villa-Lobos; “Eterna Saudade”, do violinista e compositor também brasileiro Dilermando Reis; e “Fascinação”, do compositor italiano Fermo Dante Marchetti.

Ela disse que viveu um período recente, muito intenso emocionalmente, em que acabou deixando transbordar a poesia que tinha dentro de si. “Não fazia poesia desde a adolescência como muitos poetas. Foi agora após um período marcante para mim. Fui escrevendo. Aí as pessoas começaram a pedir para publicar um livro. Então acabei fazendo”, contou a artista.

O casamento da música com a poesia em Célia Trettel se deu por conta da organização rítmica, das gradações melódicas e do discurso, segundo a editora do livro Rose Ferrari.

“Estamos todos encantados com sua arte Célia”, disse a presidente da Academia, Anita Liberalesso, cadeira 11, patrono Odmar do Amaral Gurgel, ao receber o livro da artista depois das apresentações, ainda sob os aplausos.

O ex-presidente da Academia Antônio Oirmes Ferrari, cadeira 7, patrono Machado de Assis, fez questão de ressaltar a importância de Célia Trettel para a música em Salto e na região. “Trabalhamos juntos no Conservatório de Salto. Ela criou as ‘Sextas Musicais’. Com o projeto atraiu gente de várias cidades, como Indaiatuba, Cabreúva e Itu. A Célia é sucesso em tudo”.

A vice-presidente da Academia, Marilena Matiuzzi, cadeira 39, patronesse Cora Coralina, resumiu a artista pelo quesito no qual ela é mais conhecida: “Pensou em música boa, pensou em Célia Trettel. Todos já sabem”, afirmou.

Além do livro de poesia e das músicas, Célia Trettel trouxe ao encontro vários quadros pintados por ela e algumas esculturas feitas em varvito e granito rosa. Alguns dos quadros chamaram mais a atenção dos acadêmicos por serem miniaturas com extrema perfeição de traços. Célia fez ainda a apresentação dos seus três violões de trabalho, um Sugiyama, um Jacarandá Violeta e um Violão Romântico. “São os meus aliados. Não os largo”, afirmou.

Serviço

O livro “Alma desnuda vestiu-se com palavras” pode ser adquirido no link: https://www.amazon.com.br/Alma-desnuda-vestiu-se-com-palavras/dp/6599752764 e nos principais marketplaces, além da editora Mirarte (https://editoramirarte.com.br/)

Presente é poder retomar minhas atividades, diz Cristina Salvador

Titular da cadeira 20 da Academia Saltense de Letras, a escritora faz 81 anos nesta terça-feira, 4

A escritora e professora Cristina Maria Salvador, titular da cadeira 20 da Academia Saltense de Letras, cujo patrono é Archimedes Lammoglia, diz que o presente de aniversário que gostaria de ganhar, nesta terça-feira (4 de outubro), seria poder retomar todas as suas atividades normalmente outra vez.

Vítima de uma queda que afetou a coluna, ela ainda se recupera e se mantém afastada das principais atividades. Atualmente, divide seu tempo entre o apartamento que mantém em Salto e uma chácara, onde passa finais de semana em contato com a natureza e buscando sintonia com o novo momento.

Afastar-se das atividades não é uma tarefa fácil, pois ela se envolveu em diversas ações que refletem a sua postura cidadã, valores religiosos e a paixão pela cultura e pela vida em sociedade, características que traz desde pequena, na Fazenda Santa Cruz, onde nasceu, e depois em São Paulo, onde viveu 43 anos.

Só para se ter uma ideia, Cristina Salvador participa do Inevat (Instituto de Estudos do Vale Tietê), da Sociedade Cultural Giuseppe Verdi, da Academia Saltense de Letras, do Grupo de Liturgia e ainda é Ministra Extraordinária da Sagrada Distribuição da Eucaristia, estas duas últimas exercidas na Igreja Matriz de Nossa Senhora do Monte Serrat.

Autora do livro “Passado & Presente se Entrelaçam para o Futuro”, de 2021, no qual relata a história da sua família, e de artigos e textos literários para jornais e coletâneas, Cristina Salvador é apaixonada pela leitura, outra atividade que quer retomar o quanto antes, e só se lamenta de não ter viajado mais.  

Para ela, conhecer o mundo é uma aventura capaz de trazer resultados para a vida toda pelo conhecimento que produz e pelas impressões. Chegou a conhecer alguns países europeus, mas não teve a oportunidade de se aprofundar na Itália, por exemplo, que ela considera sua segunda pátria. 

“Gosto muito de participar de encontros nos quais aprendo sempre algo novo. Sempre vivi em grupos. Desde a minha juventude, meus pais acolhiam nossos amigos. Assim, a casa era ponto de encontro. Longas conversas, partidas de baralho, danças. Tempo maravilhoso que ficou na lembrança”, recorda-se. 

Autora do livro ‘Sentires’ conta que professor do ensino médio a levou a gostar de poesia

“As palavras sempre me atraíram demais. Quando criança, eu fazia jogos com as palavras. Sem saber, estava praticando poesia. Mas foi um professor que tive no ensino médio no Colégio Anglo em Campinas, o saudoso professor Severino, que me fez gostar de poesia”, contou a acadêmica Marilena Matiuzzi, cadeira 39, patronesse Cora Coralina.

A busca pela memória aconteceu na manhã deste sábado (3), logo depois da reunião ordinária da Academia Saltense de Letras, da qual a acadêmica também é vice-presidente, no espaço “Momento Literário”, criado pela presidente Anita Liberalesso Néri para falar de literatura, que é o principal o objetivo da criação da academia de letras.

Marilena contou como foi o seu processo criativo para produzir o seu segundo livro de poesias “Sentires”, lançado em junho deste ano. Ela também falou sobre como vê a poesia e como sempre tratou a sua produção nessa área, que ainda era desconhecida para muitas das pessoas que a cercam e que a acompanham na vida acadêmica.

“Para mim, poesia é uma emoção conjugada com a escrita. Eu gosto da poesia que não gira só em torno da poesia. Meu professor Severino dizia que a gente não tem de pensar para escrever. Tem de escrever e depois pensar sobre o que escreveu. É assim que a poesia flui, que ela surge no meu processo criativo. É como uma mediunidade”.

A escritora contou que outras pessoas a ajudaram a entender a poesia e a concebê-la. “Eu era muito amiga do ex-secretário de Cultura de Salto Marcos Pardim, que também é poeta, e ele me incentivava. Um dia ele me apresentou Hilda Hilst e eu me tornei amiga dela de frequentar a casa. Também conheci Caio Fernando Abreu”.

Essas experiências com produtores de poesia que são expressões no cenário literário brasileiro a fez se aprofundar no tema. Marilena agradeceu ainda a acadêmica Anna Osta, cadeira 2, patronesse Rachel de Queiróz, que a incentivou também a escrever o primeiro livro de poesia “Inquietações”, em 2011, e a se ver como poeta.

A editora do livro “Sentires” e acadêmica Rose Ferrari, cadeira 38, patrono Mário Quintana, que dirige a editora Mirartes, disse que Marilena é poeta de primeira grandeza, comparada aos grandes nomes do gênero. “Ela só não é famosa ainda como os outros, mas seus textos têm o nível de excelência deles sem dúvida”, disse na apresentação.

Marilena Matiuzzi afirmou que seu primeiro livro chegou a ser apresentado na Academia de Letras de Sanremo e de Gênova, na Itália, e já inspirou estudantes em trabalhos escolares. Disse também que ficou lisonjeada com o elogio da poeta Vírginia Liberallesso, que afirmou que ela tinha um refinado processo de descolamento de sentimentos.

Para o futuro, a escritora disse que espera persistir no gênero da poesia, porque gosta muito. “Sou apaixonada por poesia. Perdi tempo com a política (ela foi vereadora por dois mandatos e a primeira mulher candidata a prefeita de Salto), mas agora vou me dedicar mais a essa área”. Marilena é advogada e pinta quadros artísticos.